sábado, dezembro 28, 2013

Você

Por que toda vez que estamos longe um do outro,
sempre que penso em você eu choro?
Definitivamente dentre todas as mulheres que conheci (que não foram muitas),
você me deixou uma marca, como uma cicatriz...
Mas não uma cicatriz como de um ferimento,
mas uma cicatriz de eternidade.

Achei que já tinha conhecido todos os possíveis tipos de mulher na vida,
mas aos 23 anos de idade eu vi que estava profundamente errado.
Pois você não é uma mulher qualquer,
detentora de qualidades e defeitos que todas as demais têm,
você é uma mulher única,
que foi capaz de me silenciar e me fazer admirar... (e aprender)!
Até então eu não pensava que mulheres como você fossem do tipo perfeitas.
Errei novamente...

Você é mais do que perfeita, você é uma loucura em meus pensamentos...
Porque toda noite que eu deite minha cabeça no travesseiro
me vem sua imagem na minha frente
e meu coração fica mais quente...
Incansáveis vezes estou cometendo erros contigo e assim, te magoando.
Mas te amar puramente não é o meu maior erro,
é o meu maior acerto.

E foi por um acaso que te conheci e num primeiro olhar me admirei por você,
mas não será por um acaso que eu desejo permanecer em sua vida,
não como um amigo, nem outro tipo de relação,
mas como seu eterno companheiro e amante...

Pois você não me completa,
você me transborda...



Autoria: Diego Ferreira

segunda-feira, dezembro 23, 2013

Inspiração

Ela sempre me vem do nada
sem me avisar, sem eu me preparar.
e coloca palavras em minha boca,
pensamentos em minha cabeça,
escritos em meu papel.

Está sempre sendo influenciada pelo meu estado de espírito,
se estou feliz ou se estou triste, as palavras fluem como um rio na sua nascente,
e o poema se constrói,
sem que eu aos menos saiba quais palavras viriam a seguir.

Na maioria das vezes (senão todas),
eu tenho uma vaga ideia do que escrever, do que pensar.
Tenho apenas um pensamento geral da intenção que me colocou a poetizar,
uma geral do que estou sentindo.

E então ganho asas e saio por aí,
nas folhas encardidas de papel que ganham um mundo de magia,
me fazem ver os meus sonhos,
me fazem querer meus desejos.


Minha inspiração é a minha arma letal,
não uma arma forjada para matar,
mas sim para dar vida,
vida que vemos tantas vezes desfalecida no mundo,
vida que aqui escrevendo está constante e viva...


Autoria: Diego Ferreira

terça-feira, dezembro 17, 2013

Meu fascínio

Daqui da janela avisto a lua
seu brilho, seu charme, sua intensidade.
Seu forte amor parece que me chama, me clama,
puxando-me para si como um magnetismo.
Sua beleza...

Sempre fui apaixonado, loucamente de fato,
pela sua forma de guiar a noite.
Estou ficando velho cada dia,
mas a cada noite ela sempre consegue me surpreender
com a sua entrada e permanência triunfal nos céus.

Não me importa se está cheia ou minguante,
nova ou crescente, ela sempre me para na rua,
onde quer que eu esteja,
e ouve meus murmúrios e desatinos...


Sempre aguardarei sua chegada à noite,
minha fiel companheira, minha paixão sob meus olhos,
meu contemplar de beleza rara...
E você eu sei que surgirás diante de mim,
e farás de minha noite mais serena...


Autoria: Diego Ferreira

quarta-feira, dezembro 11, 2013

Lavagem Cerebral

Estamos todos os dias sendo atacados
e difamados por um inimigo invisível e brutal.
Atrás das cores vivas da tela, ele distorce fatos
e faz-nos crer erroneamente em suas mentiras.
Tem uma forte influência sobre os fracos de pensamento
e os de fácil manipulação.

A cada dia, me fica mais claro o que e/ou no que a mídia está transformando o ser humano.

Talvez não seja transformar a palavra correta,
já estão fritando nossos neurônios
e poder de opinar com padrões impostos por eles.
De fato pode parecer exagero da minha parte,
mas há quem concorde com o que afirmo.

A mídia diariamente tenta-nos fazer mais burros, para que caiamos em seus truques fétidos, de lucros próprios...


E infelizmente não mudará... Nem hoje, talvez nem nunca...
Pois sabemos muito bem que quem tem dinheiro tem poder,
E quem poder move leis e desfavorecidos em busca de seus consumos capitalistas.


Autoria: Diego Ferreira
Imagem: Paola Ramires

quinta-feira, dezembro 05, 2013

A felicidade não se compra

Ela não encontra... Não se contrata.
Não sacamos num caixa eletrônico ou numa prateleira de supermercado.
Pode ser tão rígida como uma rocha ou tão singela como um néctar.

Pode estar em todos os lugares e ao mesmo tempo em nenhum.
Seria ela um ato ou um fato? Algo concreto ou abstrato?
A felicidade não se compra, nem com todas as riquezas do mundo.
Seu valor é inestimável, seu ensinamento soberano
e seu efeito prazeroso.

Alguns demoram a encontrá-la,
outros já sabem onde encontrar.
Alguns a confundem com seus bens materiais,
outros a contemplam como seu bem espiritual.


De todas as riquezas do mundo,
a alma e a felicidade são os mais sagazes e puros...
Pois a alma precisa da felicidade para se purificar
e a felicidade por não se comprar,
traz a realeza da sinceridade
do que é viver sem escrúpulos,
numa vida da qual o sorriso faz toda a diferença.


Autoria: Diego Ferreira

segunda-feira, dezembro 02, 2013

Eu sinceramente não sei...

Eu sinceramente não sei o porquê de ser assim.

Não sei a causa nem a conseqüência de toda minha criação.
Sei que fui educado por muitas mulheres rebeldes com seus homens,
me fazendo pensar como uma mulher,
não como um ignorante, como elas mesmo diziam.
Pois os homens não tinham uma visão geral do mundo
e de sentir as coisas deveriam ser levadas e sentidas,
e isso eu deveria aprender.

Também não sei o porquê de eu sempre sofrer pelos outros,
de carregar as dores do mundo,
de meus amados amigos e companhia,
quando muitas vezes eles nem estão se importando com seus problemas,
mas eu como um bom sofredor que sou, me preocupo,
me esforço, me dedico, luto para que tudo seja resolvido,
mesmo sofrendo uma dor que é minha.

Eu também sinceramente queria entender mais de mim.

Pois eu sempre ponho os outros em primeiro lugar,
a felicidade, a preocupação, a atenção,
as energias, os problemas, o coração...
tudo dos outros antes da mim,
sem ao menos perceber,
que será fazendo os outros felizes o meu modo de ser feliz?


Aos poucos eu me descubro, me exploro, me invento,
quanto mais aprendo sobre mim, mais me desconheço.
Porque acabou o dia em que eu era criança,
e infelizmente a vida nos exige crescer,
para que aprendamos a cuidar de si próprios...
(e dos outros)!!!


Autoria: Diego Ferreira

quinta-feira, novembro 28, 2013

Em poucas palavras

Rotina: o causador do nosso envelhecimento.
Orgulho: construtor ou destruidor de uma vida.
Decepção: conseqüência de nossos fracassos.
Audácia: a facilidade de sobreviver dos que não tem medo.

Loucura: a falta do que ocupar seus pensamentos.
Domínio: a capacidade de ver oportunidades no nada.
Foco: poder ver sem se perder nos embaraços.
Determinação: uma forma de prestígio capaz de mover montanhas.

Expectativa: divisor de águas entre o desejado e o alcançado.
Astúcia: o poder desenfreado dos sonhadores.
Harmonia: a balança entre o interior e o exterior.
Cautela: a sabedoria interferindo nas atitudes.

Busca: o desejo insaciável pelo seus anseios.
Motivo: agulha da bússola de nossas ações.
Dúvida: a razão e a emoção entrando em confronto entre si.
Julgamento: de forma errônea, a incapacidade de ver em si o que discutimos nos outros.
Sinceridade: o coração tentando de todas as formas ser verdadeiro nas palavras.
Sonho: a realidade se manifestando em nossos olhos fechados.

Em poucas palavras, tudo se resume, tudo se define,
dei meus conceitos a tudo que sei,
mesmo crendo que tudo que sei
não dá para ser definido,
nem em poucas palavras.

Autoria: Diego Ferreira

segunda-feira, novembro 25, 2013

Fios brancos

Um dia meu irmão disse que se sentia como um velho.
Eu respondi: A velhice está na mentalidade,
não nos traços físicos.

Na verdade agora percebo que estava errado,
pois meu corpo pode estar em perfeito envelhecimento
e minha alma, intacta.

A mente jamais fica velha, ela se rejuvenesce
a cada fio branco que surge em nós.
Cada fio é o marco de nossa sabedoria,
de nossas constantes lutas durante a vida,
e nossa mente, transmite em sua maturidade
a mais bela forma de juventude
que uma pessoa idosa poderia ter.

Envelhecer não mais o início de um fim próximo,
mas o início de uma vida para titãs,
para os colossos da vida, os veteranos,
os nossos mestres.


Um dia sei bem que meu corpo poderá estar
em sua completa destruição, em seu fim,
mas minha mente estará serena e feliz,
com tudo que proporcionou a si própria
e a esse corpo que carrega as marcas da vida,
seus fios brancos


Autoria: Diego Ferreira

quinta-feira, novembro 21, 2013

Para muitos... e de nós

Para os ingratos desejo um agradecer.
Para os pessimistas desejo o otimismo.
Para os lutadores desejo o perseverar.
Para os insensíveis desejo uma paixão.

Para os egoístas desejo alguém com quem se importar.
Para os incrédulos desejo a capacidade de acreditar.
Para os imaturos desejo um pouco de raciocínio.
Para os impacientes desejo a quietude.

Para os tolos desejo a sabedoria.
Para os falsos desejo a sinceridade.
Para os medrosos desejo o tentar.
Para os desesperados desejo a serenidade.

Para os ambiciosos desejo a simplicidade.
Para os arrogantes desejo menos insolência.
Para os intolerantes desejo mais calma.
Para os soberbos desejo a humildade.

Um pouco do mal em todos,
faço o meu desejo para esses,
esse mesmo mal que vemos em outros
e que de fato, pode estar em nós mesmos.



Autoria: Diego Ferreira


sábado, novembro 16, 2013

A menina e seus gatos

Não era bem uma menina, apesar de seu coração doce, mas já uma moça.
Carregava consigo as sete vidas de seus sete felinos
como se fosse a sua feliz vida única.
É uma linda história de amor, inexplicável de certo modo,
essa afetuosa relação entre si.
A menina não era de muitos amores,
até onde sei quase não a via com alguém.
Mas seus gatos a amavam.
E muito...

Não sei ao certo, mas poderia arriscar que eles e a menina
estavam sempre um ao encontro do outro dentro de casa,
no quintal, em seus sonhos, em seus corações...

É de se admirar tamanha fidelidade que há entre si.
É como se não vivessem sem a presença um do outro.
Ou não vivem (!)...

Outrora acharia eu que ela foi uma gata em vidas passadas,
pois a menina, agora moça sempre os entende.
Linda gata...

Há explicação pra isso?
Um amor que ela devotava a seus bichinhos até mais que a ela própria.
Que inveja, queria ser um gato (risos),
 hoje em diante esse forte amor é raro...

A menina moça envelhecerá, dia após dia,
mas seus gatos jamais sairão de sua volta,
jamais a esquecerão, jamais a abandonarão...


Ninguém morrerá, todos se eternizarão em sua memória.
Porque por mais que a vida deles seja curta,
seu coração de menina não é.


Autoria: Diego Ferreira

quarta-feira, novembro 13, 2013

Sinais de quando devemos nos calar

Sinais refletem a todos os instantes ao nosso redor .
Sinais ditos ou escritos, apagados ou em nossa memória.

Às vezes a vida sempre nos dá sinais de quando não está na hora,
que se seguirmos adiante não dará certo.
E parece quase que tentador confrontá-los, mas não dá. Não é possível ignorá-los.

Então nos calamos, cessamos, extinguimos,
como uma fonte d’água.
Sinais de quando devemos nos calar,
a vida se faz presente como em uma placa de stop. Pedindo-nos para que paremos, pensemos melhor,
não façamos loucamente o que podemos no fundo, não estarmos prontos.


Ela está nos alertando porque sabe que podemos sofrer, nos machucar,
sangrar daquela forma como nunca,
e que podemos deixar escapar uma oportunidade
por termos agido tão desatinadamente.
Ainda não é hora de falar,
ou não devo agir segundo meus preceitos.

De fato agora me calei, sentei e observo como as coisas se procedem,
não deixando que as minhas intensas vontades
tornem qualquer prazer de viver impossível.


A hora não é agora. A vida me avisou.
E eu estou dando ouvidos a esse aviso,
pois se tivermos apenas uma chance,
que dê certo,
e que possamos um dia agradecer esses mesmos sinais que já nos pararam,
mas que agora,
nos fazem seguir para frente,
por saber que a hora chegou.



Autoria: Diego Ferreira

sábado, novembro 09, 2013

Seu aprendiz

...aprendo diariamente a escutar sua voz.
A esperar sua companhia acolhedora
que tanto me faz bem, me faz feliz.
Aprendo diariamente,
sou seu aprendiz, seu fiel admirador.
Não preciso estar em sua presença
para te amar,
você escrevendo e nos meus pensamentos
já basta.
...aprendo a sorrir de verdade,
não um sorriso qualquer, mas de satisfação.
Que todas as coisas simples da vida
são mais prazerosas e valem muito mais
que todas as riquezas do mundo
e que o dinheiro poderia pagar.
Que a sinceridade e a humildade são,
de fato, espelhos da alma,
espelhos nítidos que irradiam
o melhor de nós para o mundo
E que da vida pra todo o sempre
apenas duas coisas:
o amor e a consciência.
Espero eu que continue sempre assim,
aprendendo a como te admirar,
como te amar,
como te desejar e sonhar contigo.
Pois haverá um dia em que eu terei aprendido
a te conquistar,
e o sonho não será mais acabado
quando eu acordar pela manhã.


Autoria: Diego Ferreira

quarta-feira, novembro 06, 2013

Do nada... amor

Do nada, minha palavra cessou, meu coração acelerou,
a respiração pesada e o suor escorreu pela pele.
A gagueira ficou inevitável e a vergonha, suprema,
me faz quieto diante de você.

Do nada perceber que já não te vejo com os mesmos olhos de antes,
que a admiração deixou de ser a principal importância sua em minha vida,
sorrir sem perceber quando te avisto ao longe.
Sempre puxar conversa, mesmo que seja bobagem,
só por sua voz, sua delicadeza, seu jeitinho pirado de ser.

Do nada, sem querer, sem pensar, sem pedir,
você me conquistou, me comoveu,
me fez sentir um nada perto diante de sua grandeza.
Você pode não saber, mas eu amo você,
talvez desde a primeira vez que te vi,
talvez desde o momento em que nasci,
talvez desde que nossos destinos se cruzaram.

Agora sei o que é esse fogo que arde sem se ver,
essa dor que desatina sem doer.
Não sei quantificar ou qualificar,
só que o meu coração queria sentir.

Na tempestade severa encontrei em seu sorriso
a calmaria dos ventos de minha existência...
Toma....
meu coração é seu!


Autoria: Diego Ferreira

segunda-feira, novembro 04, 2013

Palavras que constituem uma vida

São várias as palavras que constituem uma vida. Nas premissas, a vida já é uma palavra.
Não, claro, uma palavra qualquer.

Palavras que vêm atrás de um sorriso, atrás de uma lágrima,
atrás do silêncio ou até mesmo do grito.

Palavras que estão contidas na dor,
no amor, no perdão,
na calma ou na compreensão.

Um homem mudo não consegue falar,
Não consegue por para fora tudo o que sente
e que gostaria de dizer
mas quem sabe nós das palavras que seu coração
gostaria de dizer.

Palavras...
Palavras e momentos...
Palavras e vidas...

Ao passo que marchamos no decorrer de nossos destinos,
muitas palavras serão proferidas,
muitas também esquecidas,
e talvez as principais,
jamais ditas.


Autoria: Diego Ferreira

sábado, novembro 02, 2013

Chuva poética

A chuva e a poesia são semelhantes entre si.

Chuva irriga a terra. Poesia, a alma.
Chuva molha e hidrata tudo que toca. Poesia, o coração.
Chuva traz consigo o ótimo cheiro de terra molhada. Poesia, a sabedoria.
Chuva faz florescer até os solos mais inférteis. Poesia, a paz.

A chuva e a poesia são majestosas.

Chuva faz gotejar a água que nos purifica. Poesia, o calor das palavras.
Chuva vem e vai sempre no seu ciclo. Poesia, sempre na sua existência.
Chuva faz um som agradável aos nossos ouvidos. Poesia, ao nosso ser.
Chuva vem com relâmpagos que clareiam o céu cinza. Poesia, com a luz que clareia nossa vida.
Chuva após sua partida traz sempre os pássaros com seus cantos de alegria. Poesia, o conforto de suas verdades sinceras.

A chuva e a poesia são assim, tão perfeitas...

Tão imprevisíveis...
Tão calorosas...

A chuva cessa no horizonte...
mas sempre volta algum dia.
A poesia cessa quando paramos de lê-la...
mas sempre permanece viva em nossa paixão.


Autoria: Diego Ferreira

quinta-feira, outubro 31, 2013

Cobaias

E os homens fazem dos animais cobaias para seus experimentos...
E escraviza sua própria raça em prol de seus propósitos cretinos.

Será que não somos na verdade cobaias de nossa bestialidade?

Tentando alcançar a imortalidade, a vitalidade,
universos mais distantes, caminhos jamais percorridos.
Isso seria sabedoria ou ambição?
Maturidade ou fantasia?

A escravidão de nós mesmos foi dada quando adquirimos o livre-arbítrio
e assim passamos a exaltar nossa superioridade perante os demais.
Cobaias de nossos próprios destinos.
Disso nós temos controle.
Então, de que agora nos vale esse engrandecimento que temos?

O homem ainda que cada vez mais sábio, está mais burro.
Nossa existência não foi feita para sermos melhores que outras espécies
ou outros homens,
foi feita para respeitarmos dignamente nós mesmos no próximo.

Enquanto o homo sapiens não perceber que sua superioridade não importa,
estaremos nós caminhando para a total extinção:
do ser e do viver.


Autoria: Diego Ferreira

terça-feira, outubro 29, 2013

Eu sou homem

Eu sou homem que luta, aquele que também escuta,
que sorrindo sempre está.
Homem com milhares de defeitos, muito até imperfeito,
talvez causador de muita dor.

Eu sou homem que comemora, mesmo quando for por você,
que quer sua presença.
Homem que depende, depende da mulher,
sua fonte de inspiração e sua força interior.

Eu sou homem de poucos músculos, minha sabedoria não está no corpo,
minha sabedoria está na alma.
Homem que perdeu o machismo, de tanto conviver com as mulheres,
só pra poder ser uma amizade melhor.

Eu sou homem que chora, não nega que vai aos prantos,
quando é inevitável a emoção.
Homem que busca, se necessário até conquista,
mas sem perder a paixão.

Eu sou homem que em meio a esmolas, contempla o simples,
a humildade é meu salvador.
Homem que respeita, mas que até grita,
minha voz pra isso foi feita.

Eu sou homem, num universo de milhares de outros homens,
mas não existe ninguém igual a mim.
Homem que inegavelmente ama, constantemente sofre,
nos defeitos ou nas qualidades,
só por um dia de calor.

Eu sou homem, sem tabus, sem conclusões, sem desfechos,
que caminha para provar que é homem sim,
um homem igual
mas com coisas diferentes.


Autoria: Diego Ferreira
Contribuição: Paola Ramires

sexta-feira, outubro 25, 2013

Ouça com atenção...

Ouça com atenção...
as batidas do seu coração, os pensamentos que lhe geram um caminho,
a respiração dos seus desatinos.

Ouça com atenção...
sua razão, sua emoção, sua vida e seus sinais,
o vento e as poesias.

Ouça com atenção...
tudo que possas ser capaz de ouvir, elogios, críticas, palavras boas ou ruins,
mas ouça.

Ouça com atenção...
sem se preocupar com o que já ouviu ou poderás ouvir, se é bobagem ou não,
se mudará sua vida ou também não.

Ouça com atenção...
os mais velhos e sábios, os mais maduros e vividos,
as infâncias e sinceras.

Ouça com atenção...
não se prive de nada, não feche seus ouvidos,
sua cabeça e coração também fecharem.


Ouça com atenção...
sem frescuras... sem rodeios...
apenas ouça!


Autoria: Diego Ferreira

quarta-feira, outubro 23, 2013

Num teto

Às vezes deitado à noite
o teto torna-se uma tela de cinema
e um filme se passa diante de mim:
a história dos sonhos, minha futura vida,
o que quero para mim.

Estou boiando na superfície de minha vida
e a água tomando conta ao redor,
me envolvendo, me possuindo,
me conduzindo aos afluentes diversos que a vida nos impõe.

Diversas vezes torço para não fechar os olhos
continuar esse filme, seguir os passos
e me sentir feliz e orgulhoso
com o final feliz que ele tem.

Talvez esse filme não seja só para se passar no teto de meu quarto
e tudo isso nada mais é do que um trailer do que acontecerá no futuro.
Talvez esteja caminhando para esse final,
talvez não, com certeza caminharei.


É ótimo sonhar com o que queremos.
Dá-nos segurança e mantêm os pés firmes,
o olhar focado e a cabeça no lugar.
No que depender continuarei fazendo de meu teto
uma tela de cinema,
assim conforme a vida confirma o filme,
eu vou dando-o continuações.


Autoria: Diego Ferreira

terça-feira, outubro 22, 2013

E aí poetisa lembra?

E aí poetisa lembra?
Lembra das nossas conversas,
sobre a vida, do que realmente importa ou
qualquer de nossas bobagens.
De nossas poucas andanças, muitas gargalhadas,
enfim, momentos.

Lembra sobre a conversa do medo das mulheres maduras?
Lembra também dos dias que às vezes fazíamos duelos de frases?
Pois é, já faz tempo hein.

Eu até lembro que temos um poema inacabado, lembra?
Um dia quem sabe o terminaremos.
Terminaremos o poema em parceria,
em divisão, em conjunto.

Nossas conversas são quase um ritual,
se preocupar em perguntar se está tudo bem...
E a lua então, o céu e as estrelas,
nosso fascínio em comum.

Somos amigos, companheiros na poesia,
fiéis nas palavras, leais nos sentimentos.
Muitos de nossos pensamentos se igualam,
alguns se colidem, mas somos confiantes um com o outro.

Lembra, talvez não, que a primeira vez falei que a admirava muito?
Realmente são poucas as que admiro, sinta-se feliz, és rara mesmo.
Eu lembro, você lembra, lembramos...
Está tudo na memória constante e passível de nossa amizade eterna.


Amizade na poesia,
amizade na vida.
Lembra?


Autoria: Diego Ferreira

domingo, outubro 20, 2013

O poeta

O poeta é o novo olhar entre os sentimentos e o mundo em rotação.
Faz de suas palavras seus mandamentos e busca sempre a real conciliação consigo mesmo.
Está sempre em busca do seu eu interior, para poder expressar o que sente a todos com tal sinceridade.
Não ser poeta é como negar seus sentimentos na folha de papel,
é viver sem as palavras significativas,
é trancar-se nesse mundo que nos trás dor e angústias.
Não sei ao certo se nasci para ser poeta,
se nasci para essas poesias,
mas meus sentimentos pediram para sair de dentro
e enraizar pelo mundo afora, florescendo onde quer que eu pisasse.

O pouco de poeta que sou já me é o suficiente,
já me abre os olhos para esse cotidiano cinza,
já me faz sentir o amor, a amizade e a felicidade
como marcos e prioridades em minha existência.
Toda vez que escrevo, às vezes sinto que não sou eu,
sinto que outra pessoa está ali segurando a minha mão e movendo o lápis para mim.
Sinto que tudo que sinto percorre todo meu corpo
e explode, se encontra nos versos.

Ser poeta é mais do que escrever lindamente,
é viver em prol dos versos,
esperando que a cada canto que ande, tudo vire poesia, tudo renasça no caderno.
Ser poeta é contemplar todas suas conquistas, vitórias ou derrotas,
numa ode se necessário tão impulsiva,
que só quem escreve sabe o alívio e a satisfação de se expressar,
de por para fora, para o mundo o que sente.
Ser poeta é amar beijar seus ombros,
te acariciar o rosto enquanto fecha os olhos,
te admirar enquanto desembaraças o cabelo.

O poeta é mais do que sua vida,
é sentir sem ter coração,
caminhar sem ter pernas,
é sorrir sem ter um sorriso.
É ser mais do que seu próprio corpo,
é estar onde ninguém está,
no pássaro que canta na árvore,
o vento que corre constantemente a noite,
o luar entre as nuvens.

É não guardar o que sente,
mas por dar ao mundo todo seu amor, todo seu entendimento,
para que o planeta pode talvez se purificar de todas as maldades,
e viver calma e serenamente a felicidade inexplicável
como escrever sem rumo nas folhas de papel,
como você, poeta...


Autoria: Diego Ferreira

sábado, outubro 19, 2013

O patrono das minhas poesias

Um simples homem se eternizou por suas palavras.
Por suas canções e poesias, regadas ao seu apreciado uísque, vós mudastes o mundo.
Entre a fumaça de seus muitos cigarros gerações se ajoelharam por tais palavras de amor,
palavras de quem via como nenhum outro ser.

Vistes o que ninguém mais viu, chorastes o que ninguém mais chorou, ristes do que ninguém mais riu,
e ao passo que seus anos iam passando, a melodia se revelando,
e seus sonetos, nos convencendo.

O poeta que carregou consigo suas nove esposas, mostra para mim um simples jovem de poucas vivências, que o amor não mede forças com a felicidade. Eles se unem.
E num Soneto de Fidelidade vivem um para o outro assim como viveu para suas esposas.

Filho da Gávea, nunca lá pus meus pés, mas seu chão carrega a história de um boêmio que num Soneto de Amor Total fez meu coração parar, sentir e bater.
E sei bem que minhas palavras são miúdas ao tentar falar de um gigante,
mas você Rio de Janeiro o acolheu de braços abertos,
para com suas praias, praças e bares, firmar os passos de um redentor.

Você, Vinicius de Moraes, não morreu, você se eternizou...
Não serás jamais esquecido, nem por mim nem por ninguém,
porque nós poetas carregamos na lembrança
as palavras de amor de alguém que um dia só nos fez cantar.

“De manhã escureço
De dia tardo
De tarde anoiteço
De noite ardo.

A oeste a morte
Contra quem vivo
Do sul cativo
O este é meu norte.

Outros que contem
Passo por passo:
Eu morro ontem

Nasço amanhã
Ando onde há espaço:
– Meu tempo é quando.”


Se ontem você foi um poeta,
hoje e sempre serás minhas palavras.
Salve Vinicius...


Autoria: Diego Ferreira

sexta-feira, outubro 18, 2013

Abu Dhabi

Sob o Milh do Golfo Pérsico foi construída você,
sob seu sal as flores agora habitam a passarela que meus pés querem andar.
Tais flores que parecem florescer dentre as pedras,
fazendo as riquezas serem quase que imperceptíveis quanto a sua beleza.

Seus castelos parecem não ter fim, e suas torres tocar o céu.
Por que não me imaginar no topo de uma delas,
tentando tocar as nuvens para ver se elas são doces
ou de algodão.


Diz a lenda que Abu Dhabi refere-se
ao pai dos cervos que lá
um dia habitou.
Suas galhadas não mais residem por lá,
mas ao invés dos cervídeos,
sua rara e onipotente ainda existem.

Olho a minha volta e não sei o que.
Não sei o que mais ver.
Ou o que me falta ver.
Suas flores? Suas abóbadas? O céu límpido?


Uma paz entre a riqueza das arquiteturas
e meu eu inquieto. 


Autoria: Diego Ferreira

terça-feira, outubro 15, 2013

Dança de um trajeto

Confesso,
perdi o foco,
cai da ponte, sai dos trilhos.
Desfoquei.

Como se tivesse forçado
ao vidro em minha frente
a se embaçar.
Ceguei.

Fiz um esforço a mais
por algo que agora percebo
ser tão inútil.
Decepcionei.

Mas também sei
que a vida é muito curta
pra sofrer de lamentações.
Reencorajei.

Agora espero não mais
sair meu olhar do horizonte,
não me perder.
Caminharei.


E enfim,
sei que um dia
minhas apostas conquistarei.
Vencerei.


Autoria: Diego Ferreira

sexta-feira, outubro 11, 2013

Adiando

Hoje não, talvez amanhã.
E as conversas inevitáveis vão sendo adiadas,
e as dúvidas acumulando.

Encontros estão sendo esquecidos,
atitudes deixadas de serem tomadas,
e o compasso da vida não sendo mais o mesmo.

Já não se tem mais vontade de sorrir,
porque tudo está sendo esquecido,
tanto na felicidade quanto no prazer.
E foi adiando que tudo virou nisso,
nesses momentos cinza, sem cor, sem graça,
sem a vontade e a energia de uma ocasião qualquer.

Será que a cada passo que eu der parecerá ainda mais distante?
O destino estaria mais e mais se afastando de mim?

Não é mais a mesma coisa,
a felicidade não está servida a nossa frente,
o brilho no olhar não mais cintilante.
Que pena, achei que aceitar que deixasse para depois
não nos traria problemas,
mas ao invés disso,
nos colocou uma muralha que agora nos separa,
nos difere, nos agride.


Adiar, adiar, adiar...
e eu nem sei se amanhã estarei aqui.


Autoria: Diego Ferreira

quarta-feira, outubro 09, 2013

Permita-se

...viver um novo amor, ou nas sombras dele.
...navegar em águas desconhecidas, em busca de mapas, tesouros e sereias.
...ficar velhinho e poder lembrar-se das loucuras de quando era jovem e cheio de energias.

...olhar o céu à noite e querer estar lá, pertinho do brilho das estrelas e da lua.
...ver o pôr-do-sol todos os dias, e almejar estar além dele também.
...se tornar dependente aos carinhos, sabendo compartilhar e receber o amor.

...estar adiante mesmo que seus atos digam que você está parando.
...sonhar por dias melhores, pois quem nunca sonhou e n’um outro o concretizou?
...acreditar em si mesmo, antes de todos você sempre amou a si próprio.

...não ter a mente fechada, os espaços são amplos e as muralhas quebráveis.
...sorrir sempre nas horas inesperadas, a felicidade é um botão de flor que precisa crescer.
...chorar sempre que necessário, cada lágrima que cai são mais forças que você ganha.

...ser um poeta, poesias não precisam de conhecimentos, mas de sentimentos.
...ser um louco, porque às vezes a sanidade nos impede de sermos felizes.
...ser um desbravador, o mundo não se restringe em linhas num mapa de papel.

...continuar sempre o mesmo, seus amigos estarão ao seu lado, como também um dia precisarão de você.
...amar seus pais, respeitar seu próximo, fortalecer seus amigos, pois um pouco de nós está em todos que possamos sorrir.
...baixar a cabeça, a humildade não te fará menos humano.

...ir além dessas palavras, a vida supera expectativas, o amor barreiras, a amizade obstáculos e a felicidade tempestades.


Autoria: Diego Ferreira

domingo, outubro 06, 2013

...pelo avesso

Pescando peixes no céu, caçando pássaros na água. Abrir os olhos e sair um canto, Fechar a boca e poder ouvir.
Será que andaríamos para frente se o relógio corresse para trás?

Soltar pipas nas correntezas, velejar nas rajadas.
A luz como um oposto a todas as cores, a escuridão como sua presença.
A desvairada vida está pelo avesso.

O ciclo não mais une seu fim ao início e um elo não constitui a corrente.
O que um dia já foi normal agora é contraditório e o que ouvimos sobre um mundo de paz, um tanto utópico.
A lua não tem fases e o sol foi feito para nos esfriar.

O Saara é um grande iceberg e o Ártico, areia branca.
Estrelas constituem pontos negros no céu ao dia, e a noite, deixou de existir.
Estamos sendo apagados de nossa existência...

Cientistas dão aulas em escolas de alquimia e os padres carregam consigo seus experimentos.
Parece loucura néh... Parece mas não é!
A loucura agora é uma sanidade liberta dentro de todos e hospícios estão lotados de filósofos que inventaram a matemática.

Estamos de cabeça para baixo, andando no nada, nadando no tudo,
um dia o mundo se parecerá tanto com tudo isso,
e a vida humana não saberá mais distinguir seus valores com seus crimes.


Estamos presos a esse futuro, a essa realidade, a esse relógio,
mas e se os ponteiros não mais corressem para trás?


Autoria: Diego Ferreira

quinta-feira, outubro 03, 2013

O medo

Os dicionários indicam que o medo significa uma espécie de perturbação
diante da ideia de que se está exposto a algum tipo de perigo, que pode ser real ou não. 

Mas a ideia não é o problema... O problema é a sensação.
E essa sensação nos torna inúteis e sem ação,
faz-nos congelar diante de uma situação que talvez exigisse uma atitude nossa.
Essa sensação não tem explicação,
nos sufoca, nos oprime, nos ridiculariza.

Às vezes me ponho a pensar quantos feitos poderiam ter ocorrido no decorrer da história se alguém,
em algum momento, não tivesse se amedrontado?
Quantas guerras, quantos massacres, quantos tratados de paz?

O medo é parte de nossa essência e ninguém nascerá sem ele.
Ele foi feito para que nós, seres humanos e corajosos, possamos ousar.
E esse ousar é o principal agente de transformação de nós mesmos e do nosso redor,
Não há do que se envergonhar se temos medo de algo... Todos nós temos.
Temos é que usar medo como uma arma, uma arma de superação de nós mesmos.
Superar é o que nos torna vivos, felizes.
Pedras no caminho têm seu objetivo, nos evoluir.
E só porque sabemos que ela é um obstáculo, vamos ter medo de enfrentá-las?

“Ousar é enfrentar o medo de cair...
Não ousar é despencar do último andar
e ainda achar melhor que correr riscos.”



Autoria: Diego Ferreira


segunda-feira, setembro 30, 2013

Sexo-maquinaria

Sexo não é amor, é um complemento deste.
Mas hoje as pessoas não levam isso em conta,
não fazem sexo com quem amam, mas com quem quer.

Sexo se tornou uma forma de passar o tempo, inibir a solidão,
interesses financeiros, um momento de prazer.
Se sexo gera prazer?
Sim e muito, mas não gera amor.

Idiotas...
Como pode as pessoas estarem se transformando em máquinas fúteis hoje em dia.
Até mesmo os animais sabem disso.
De que me adianta ter todas as mulheres do mundo para transar se eu não tiver o seu amor?
“Comi” fulana, “dei” pra sicrano, que isso?

O sexo não é uma garantia de amor pleno,
mas o amor sim a garantia de um sexo verdadeiro.

Faça amor ao invés de sexo...
As pessoas ainda sabem o que isso significa?
Ou agora viramos peças de reposição do prazer.
Hoje não somos mais amantes, mas robôs...

Então por favor, entenda-se uma coisa:
A rosa não nasce porque sabe que é a mais bela das flores,
ela nasce porque teve uma terra fértil para gerá-la.



Autoria: Diego Ferreira

sábado, setembro 28, 2013

Sonho inacabado...

Tive um mesmo sonho já duas noites. 
Estava ela próxima do céu pintando as nuvens.
Mas não eram simples nuvens.
Eram poemas.
E toda vez que concluía sua pintura dizia:
-Siga seu ciclo.
E então chovia. Chovia sem parar.
E quando a chuva parava lá ia ela rabiscar poesias na imensidão.

Acordei-me as duas vezes nesse momento...
Quisera eu que esse sonho tivesse uma continuação...
Quisera eu que ele fosse verdade,
e que eu abrisse a janela e você estivesse lá,
pintando o céu.
Quisera eu também que quando chovesse
as poesias ao tocar na terra a fecundassem,
fazendo florescer lindas canções
e verdades da beleza de um amor.
Quisera eu poder sonhá-lo com olhos abertos.

Quisera eu enfim que esse sonho fosse real...
Quisera eu tantas coisas,
pena que não passa de um sonho inacabado.


Ou não...


Autoria: Diego Ferreira

quinta-feira, setembro 26, 2013

Paradigmas em guerra

O que pesa mais na balança, a razão ou a emoção? A cabeça ou o coração?
“O amor e a razão são dois viajantes, que nunca vivem juntos na mesma hospedaria:
quando um chega, parte o outro.”


A razão é uma ferramenta mais concreta para nos colocar no caminho da vida, dos pensamentos.
Através dela, nos guiamos para distinguir o certo do errado,
o amigo do inimigo, a verdade da mentira.
É a bússola para nossas ações maduras e coerentes.
Mas ela sabe bem que às vezes deixamos de seguir, 
pois o coração insiste em agir.

Já a emoção é o nosso eu impensável, maluco, mas também correto,
que busca sempre desmentir nossa razão, agir com atitudes loucas,
como se razão fosse preciso, mas sim apenas o que habita em nosso peito.
A emoção é essa falta de definição que nos faz humanos, vivos e caminhantes pelos sentimentos.


O pensamento ou o sentimento?
Não há quem não carregue essa dúvida nos seu mais íntimo interior.
 “A mente humana é como o pêndulo de um relógio que flutua entre a razão e a emoção."
E qual escolher? Talvez não saibamos e nem descobriremos,
e ficará como uma balança,
em cada momento pendendo para apenas um dos lados. 


Autoria: Diego Ferreira

terça-feira, setembro 24, 2013

Dois "querer"

Você diz me querer bem e eu vos digo te querer para mim.

Na complexidade da vida acabamos utilizando palavras iguais para ocasiões e sentimentos diferentes.

Mas o que é querer?
Ter intenção ou vontade de, aspirar a algo, desejar...
Simples palavra que roteiriza e protagoniza papéis.

Nós somos esses papéis
e se as circunstâncias nos exigem o uso diferente do querer,
é porque o teatro é imenso
e as formas de ver quem está ao seu lado múltiplas.
Desencilhou-se aquela rotineira expressão de que querer é poder,
pois nem sempre podemos o que queremos.
E quem pode, faz errado...

Talvez o mundo virasse de pernas pro ar se pudéssemos tudo,
e nem todas as almas seriam singelas para querer alguém bem ou para si,
mas sim dinheiro, fama, e outros memoráveis papéis falhos da vida.
Guerras foram roteirizadas em prol de “quereres” desonestos,
e injustiças foram ensaiadas num fim trágico pelo poder.
E eu aqui apenas querendo alguém para si,
e ela me querendo bem.

Até quando os homens se acharão onipotentes por causa de seu livre-arbítrio?
Grande coisa se isso nos torna diferente das outras espécies,
mas não superiores.
Devemos querer as coisas certas, de real sentido,
de valores imensuráveis não em títulos, mas no coração.

Chega dessa monotonia que está nos destruindo,
queiram uns aos outros,
ou bem ou para si...


Autoria: Diego Ferreira
Imagem: Paola Ramires

quinta-feira, setembro 19, 2013

Lembranças...

E de repente percebemos que tudo não passa de poeira.

A saudade remonta um quebra-cabeça de lembranças que agora só têm lugar nos sonhos.
Se ontem um momento ocasional nos fez parar e considerá-lo importante,
hoje está talhado na pedreira da memória.

Irremovível, imutável...

Às vezes um tanto frio e inanimado quanto essa mesma pedra,
assim são as lembranças.
Um dia viver tais alegrias e no outro apenas lembrá-las.
Lembrar de um sorriso, de uma lágrima,
do rosto de alguém que dorme, de alguém que acorda no espanto.
Aqueles pequenos instantes que pedimos para que fossem eternos,
mas que não foram atendidas nossas preces.

Por mais sinceros, singelos,
apenas “momentos que não abro mão”.

Depois o homem quer dominar o tempo,
criando máquinas,
viajando através desde mesmo tempo atrás do que ficou no passado.

Irresistível mas temível,
pois não se seria justo mexermos no castelo de memórias
e alterar tudo com suas consequências,
afinal a saudade tem sua função:
lembrar-nos que simples humanos como nós nada somos perante o tempo.

 “O tempo não para”.
O rio não deixa de correr
nem o vento soprar.


Viver é cuidar afetuosamente cada segundo do agora,
porque um dia eles serão parte do ontem
e como todos sabemos,
restarão apenas em nossa memória.


Autoria: Diego Ferreira

sexta-feira, setembro 13, 2013

A vida é simples

Não sou um executivo renomado tampouco um influente membro da sociedade classista e capitalista. Não tenho propriedades em meu nome nem extensas casas decimais antes da vírgula.
Não tenho nada, só meu nome.
Nas letras do nome carrego o significado simples da vida.


“Tem coisas que tem seu valor,
avaliadas em quilates, cifras e fins.
E outras não tem o apreço
nem pagam o preço que valem para mim.”

A vida é bela e a felicidade eterna.
Eu encontrei a minha felicidade, e se para mim a vida é bela é porque tenho os olhos para ver a simplicidade dela.
Enquanto a cidade dorme em seu berço esplêndido,
almas acordadas vagam em busca de seus sonhos.

Se eu tenho sonhos?
Deitar na areia e contar as incontáveis estrelas,
fechar os olhos e abrir os braços acolhendo para si a brisa quente do sol.

Sempre chega a hora de cumprirmos nossos sonhos.
Sempre chega a hora do sol se por e da lua então brilhar.

A vida dá caminhos mais fáceis  para uns do que a outros.
Foi-me dado o mais difícil.
Mas não nenhuma cruz pesada para carregar, mas uma lição para levar da vida, a vida que a gente leva.
A estrada é mais longa mas o fim sempre está lá, nos aguardando.
Posso demorar para chegar, mas meus sonhos carrego no peito, 
meu amor no coração, 
um brilho no olhar.


Diante desse céu repleto de estrelas sobre o espelho das águas só existe um limite para a vida: até onde posso ir e até quanto de felicidade posso carregar, 
nesses bolsos cheios, 
cheios de areia, 
areias do tempo.


Autoria: Diego Ferreira

terça-feira, setembro 10, 2013

Na janela...

Em um ônibus, minha respiração embaçada no vidro. 
O sol entre nuvens e sobre a copa das árvores.
Apenas alguns tons dele refletem na água. 
Deus brincando de aquarela.

O nevoeiro cessa a visão do quão longe a paisagem pode ser. 
Verdes, azuis, luz...
Tudo tão belo e eu sentado nesse banco com milhares de outros destinos afins.

Uma companhia clara ao meu lado lê seu jornal e comenta sobre futebol ou moda. 
Será que ela não vê o que eu vejo?
Essa tranqüilidade que passa diante de meus olhos, me protegendo do inútil.

É, talvez eu esteja mesmo ficando louco e a paisagem nem seja assim tão bela.
Ou todos caíram na rotina e depois de tanto ler notícias, nada podem fazer, somente tagarelar.
Como conseguem deixar isso assim, viverem presas em momentos que não levaremos para si.

Momentos lindos e tão simples às vezes estão bem a nossa frente, basta apenas ter olhos para ver, ter coração para sentir.
E momentos como esse talvez já tenham se passado muitas vezes por mim, eu não fui capaz de ver.
Dessa vida não nos adianta muitas coisas.
E das mais simples que nos fazem mais felizes.


Prefiro continuar olhando a vida brincar de ciranda com cores pela janela.


Autoria: Diego Ferreira

terça-feira, agosto 27, 2013

Inocência

Quando falo de inocência a primeira imagem que vem a minha cabeça é de uma criança...

Símbolo de pureza, a criança já nasce por si só inocente, apesar de muitas vezes não a reconhecerem.
Sinto-me feliz quase que imediatamente quando uma criança sorri para mim, pois seu sorriso além de singelo e grato faz qualquer solidão ir embora.

Singelo, sincero e grato...

Acredito que as crianças nasceram para nos ensinar a viver puramente a vida.
Para nos ensinar que nos menores atos podemos ser felizes e dar gargalhadas, como em uma brincadeira.
Que o choro é do mais que uma manifestação de tristeza, mas uma forma de pôr para fora tudo que nos impede de ser feliz.

Se eu pudesse queria ser para sempre uma criança...

Nunca me esquecerei de minha inocência e peripécias quando criança. Quando não tínhamos obrigações de adulto a cumprir.
Quando brincar sozinho ou com meus amigos, ou simplesmente assistir a desenhos fossem a vida inteira.


Sinto muita falta desses momentos...

Mas a minha infância eu sei que ainda existe.
Não como alguém infantil, mas que usa da alegria como ferramenta para viver constantemente.
E não só isso, mas também está fora de mim.
Porque sei que minha infância estará eternizada no choro de meus filhos ao nascer.


Um  dia pararei de voar e morrerei para dar lugar às asas de meus filhos...


Autoria: Diego Ferreira

quarta-feira, agosto 21, 2013

Busca consequente

Desilusões são itens normais num mundo de sóbrios e sombras como é hoje.

Tenho diversas desilusões, mas como bagagem, aprendizado.
Tenho diversas guerras travadas sem sucesso, mas a honra de buscar é a supremacia da luta.
Tenho diversas maneiras de ver meu dia, uma vez que cada olhar que tenho de si está condicionado ao meu viver.

Se sentir desiludido não me tornou fraco, mas perseverante.
Não me tornou pequeno e indefeso, mas otimista e guerreiro.
E não me sinto cansado em chorar pelo fracasso, pois sempre chegará a hora um sorriso sincero.
Lutar não é um desperdício de tempo mesmo com a derrota, é saber olhar adiante mesmo que sem enxergar nada e buscar a jornada que se concluirá com a satisfação do cumprimento.

Então não me importo em sentir-se desiludido, decepcionado, triste, desamparado, humilhado, derrotado.
Sou um homem e não um deus. Chamo-me Diego e não Zeus.
E abaixo a meus pés estão pedras, poeira e terra. E não nuvens e altares de ouro.

Um dia sempre perceberemos que todo sofrimento trará felicidade e que toda derrota trará vitória. Afinal, o que seria do sorriso se não houvesse as lágrimas? Não sei responder...

Eu tenho muitas dúvidas sobre meu futuro e com ele carrego nas costas as incertezas do amanhã, mas o que vivo hoje já passou por muitos sofrimentos e desilusões.
Mas como estou vivo, assim provo para mim mesmo capaz de me desiludir de alegria, de me estagnar de sorrisos, de chorar de paixão.

Às vezes pra que eu acerte tenho que errar, perder ou sofrer.
Então perdi totalmente meu medo de errar, perder ou sofrer.
Perdi totalmente meu conceito de certo ou errado, mas sim de tentar. Tentar sem se importar com as consequências.
Qualquer lugar que eu olhe pode ser meu horizonte, meu destino.


Cavaleiro andante mesmo que perca suas batalhas não deixa de ser um cavaleiro.
Importe-se em andar... Se perder, sem problemas. A vida é mais que uma jogatina de sucessos.


Autoria: Diego Ferreira

quarta-feira, agosto 14, 2013

Divisores de águas

Ouvir, pensar e agir.
Diante desses três atos podemos conhecer os vários tipos de pessoas que compõem nossa sociedade.
Assim pensando existem três grandes grupos de pessoas:
as que são capazes de ouvir, pensar e agir;
as incapazes de ouvir, pensar e agir; e
as capazes de ouvir e pensar, porem incapazes de agir.

Os capazes de ouvir, pensar e agir são aqueles que vemos todos os dias tentando salvar o mundo.
Salvam o mundo resgatando pessoas em perigo, adotando uma criança abandonada,
alimentando um mendigo, pensando nos outros  em primeiro lugar para depois em si mesmo,
tornando-se santos por sua graça e bondade imensuráveis.
Apesar de serem poucos hoje em dia.


Os incapazes de ouvir, pensar e agir são quase que mortos, somente ocupando espaço nas calçadas, sem influenciarem e contribuírem no futuro,
tornando-se os incoerentes de um mundo em escala de cinza,
que cada vez mais toma conta das infâncias e juventudes
e faz-nos perder a glória da vida que nos deram.



Já os capazes de ouvir e pensar, mas não de agir são a forma mais triste e miserável de pessoas.
Elas estão vendo o que está de errado ao nosso redor. Elas sabem do que são capazes. Elas sabem que essa terra é somente dos gigantes. Mas não agem, pois de uma forma ou outra se sentem retraídas a seus medos.

 De fato estamos aos poucos abrindo os olhos para ver tudo que de errado está, e estamos fazendo tudo que podemos para dias melhores.
Só espero que um dia eu possa ver um mundo com mais justiça e atitude,
um mundo a qual é possível, se todos acordarem para ele.

Prefiro ser diferente e contradito a viver nessa mesmice de igualdade insana e injusta.

Autoria: Diego Ferreira