Esforço

Eis uma das leis que regem a minha vida... A lei do esforço.

É o pilar que sustenta minha construção, 

que ordena todos meus passos...

E ela é a seguinte:

dar tudo de mim pela felicidade daqueles ao meu redor.

E ponto final... É simples e objetivo.

Não há como eu me enganar ou me perder nessa causa,

eu sempre gostei de ver sorrisos naqueles que tanto prezo.

Pode parecer hipocrisia, mas não é,

trato com a mesma afeição a todos...

me dedico igualitariamente, sem distinções,

por mais que alguns pesem mais na balança que outros.

Eu sei que essa talvez seja uma atitude dos fracos

ou dos bobos que hoje habitam o mundo.

E sei que são muitos os que riem dessa atitude que tenho.

Mas que se dane esse conceito mesmo que esteja certo...

Eu sou o bobo da corte então,

esperando agradar a todos com sorrisos e gentilezas.

Nem todos entenderão o porquê de eu “perder meu tempo” com isso

nem o porquê de eu não querer ser parte integrante do individualismo 

que hoje reina a cabeça de grande maioria,

mas eu sou assim e gosto de ser assim.

É o que me diferencia e faz notarem minha presença e ausência...

É o meu jeito de querer contribuir para minimizar os males da vida...

E se um dia eu parar de alimentar esse alicerce,

parar de fazer brotar sorrisos nos rostos de todos,

ou eu enlouqueci... Ou eu já estarei morto.

Como eu havia visto em um livro e é uma grande verdade:

"Alegria é quando você consegue encontrar o sorriso nas coisas simples da vida... "

Autoria: Diego Ferreira

Nesse piano...

A passos curtos e sorrindo nos encaminhamos,
para uma sala deserta com um instrumento ao centro,
numa obra deslizante e enquadrada por entre os dedos...
O piano que ali está,
faz de nosso encontro, um aprendizado,
aprendizado de melodia e paixão.

Não é um encontro de professor e seu pupilo,
mas de dois amantes sobre uma cama de pétalas de rosa...
E a cada deslocar de seus imagináveis dedos sobre as teclas,
uma maravilha se brota em meio ao meu sorriso.

Eu te ensino as primeiras notas,
minhas mãos sobre as suas, meus dedos sobre os seus,
criando uma conexão amorosa, um clima,
a cada nota que desenrolamos nas mãos entrelaçadas.

O salão está à meia luz... 

É inevitável não perder-se por entre sua beleza
a beleza toca em sua música, toca em seu olhar.
Eu fico confuso sobre nossas reais intenções,
o romantismo agora paira sobre as sombras dessa luz...

Agora podemos sim tocar a quatro mãos quem sabe,
é só você aceitar...
Temos esse propósito juntos... Nos dedicar a esse ato.

E como fechamento de pauta, nossa canção se encerrou,
e partindo vamos embora
nesse resto de notas musicais que ainda restaram no ar,
saindo juntos com olhares convidativos,
para a partir dalí, outra melodia juntos criar...

Conhecer você será a maior das minhas canções...
E você sabe que és a protagonista, a pianista,
o desfrute da inspiração, uma canção que decidimos tocar a dois...
Começando no piano... Terminando no coração.

Autoria: Diego Ferreira

Desfechos

Tenho observado, observado muito ultimamente,
que dependendo das culturas tudo pode ser diferente.

As pessoas com quem falo, as decepções, os desfechos.
Tenho sentido falta de certos convívios,
falta de certas pessoas, de uma certa família.

Mas o desfecho é sempre o mesmo...
Preciso seguir em frente,
pois a jornada arrecém começou
e serão diversas vitórias e derrotas também.

Mas no final, o desfecho,
sempre fecharei os olhos pela noite e os abrirei pela manhã.

E a vida seguirá seu rumo, um rumo de cada vez.

Autoria: Diego Ferreira

Nouveau Départ

Mudança é um monstro criado por nós
Mesmo que não seja algo severo
sempre a tememos como um male maior.

Uma mudança clara e concreta: recomeçar...
Creio que seja uma das mudanças que o homem mais teme.
E eu como parte desse contexto também a temo.

Houve tempos em que me amedrontei demais,
mas agora não seria o momento.
O medo ainda permanece, de fato,
mas a necessidade de superar é maior.

Já perdi oportunidades demais nessa vida,
irreparáveis, imutáveis...
Então chega um momento em que estamos decididos a correr riscos,
em prol de mudanças, em prol de recomeço, em prol de esperanças.

Dei um passo importante em minha vida,
agora não volto atrás, nem quero...
E se os medos me assombrarem,
lembrarei que um novo início é possível e perigoso,
mas a tentativa é mais importante que qualquer pensamento de desistência.

Autoria: Diego Ferreira

Novo e Antiquado

O que é novo e o que é antiquado?

As pessoas e seu caráter?

A sociedade e seu papel de intimidação?

As opiniões e suas metamorfoses ao longo dos tempos?

Somos constantemente rotulados por um agente invisível,

um agente de destruição em massa, que só nos dá dúvidas ao invés de soluções.

Determina padrões de beleza, parâmetros de status, regras de convivência,

agindo sobre a mente dos mais fracos, 

causando o caos e a demência.

Padrões, parâmetros, regras... Rótulos que nos perseguem...

Como opinião pessoal já sofri muito com isso,

seja pela minha tendência musical, 

minha aparência ou pensamentos.

Mas em dado momento da história eu não fui o único.

Líderes, santos ou leigos passaram por essa travessia de desgostos,

porém sabendo o que queriam para si.

A opinião dos outros influencia, mas não é os seus pensamentos.

Se o que você fizer está certo ou errado,

novo ou antiquado,

esqueça a opinião generalizada e siga seus instintos.

A realização pessoal é uma felicidade inigualável,

e o que somos ou seremos só interessa a uma única pessoa:

você.

Autoria: Diego Ferreira

Canção de vida

♫ Progredir em um compasso que não fuja do ritmo...♪
♪ Avançar as notas uma após a outra fechando seu tempo.♫ 
♫Demonstrar seu amor e paixão numa canção, ♪
♪através da intensidade e vivacidade de sua composição.♫

♫ Caminhar sempre olhando para frente...♪
♪ Concluir seus objetivos um após o outro.♫ 
♫ Viver expressando seus sentimentos para os que estimas,♪
♪ através da necessidade e complexidade do coração.♫ 

♫ A partitura nos orienta... ♪
♪ Nossos olhos sentimentos nos orienta.♫

♫ Da música muitos fazem sua vida,♪
♪ da vida muitos fazem sua canção.♫ 

♫ Vida e melodia se imitam... se completam e se guardam.♪
♪ As estrofes e refrões apenas enfatizam nosso momento.♫ 
♫ E não haverá canção que não seja capaz de nos descrever...♪
♪ Ou vida que seja capaz de a escrever,♫ 
♫ o maestro da vida somos nós ♪
♪e a vida é e sempre será a maestria de nossos sentimentos.♫ 

Autoria: Diego Ferreira

My crazy

Nós sonhamos... sonhamos... sonhamos...

Depois nos é dito para voltar à realidade.

Que sonhar é besteira, perda de tempo...

Talvez essas pessoas não saibam – talvez não, elas não sabem -

mas sonhos e realidades não são duas linhas paralelas uma a outra.

Com a perspicácia e pensamento correto elas se tangenciam...

Essa é a minha loucura... Tangenciá-las!

Eu concordo que seja preciso deixar em dados momentos os sonhos de lado

para que se evite “flutuar” perdido na realidade.

Mas eu só consigo pensar de uma única forma:

 “Se eu parar, por um pequeno ou mínimo momento, de sonhar

que propósito se há em vivem?”

Dentre as pessoas que conheço, eu sou a mais sonhadora,

daí sou rotulado por louco...

Então que seja loucura mesmo, para mim não interessa,

só sei viver assim... Dessa forma “louca”.

Eu sonho muito, eu sei... Mas nem todo rei nasceu da nobreza.

Teve que lutar, conquistar territórios, se expandir.

E por trás de todos esses feitos, os sonhos imperavam...

Eram os alicerces.

Então serei louco mesmo, bem pirado, mas vou chegar lá,

eu vou tocar em meus sonhos, vou os materializar em realidade concreta...

Paciência que eu estou chegando.

Aí veremos quem é o louco da história... Eu ou os outros!


Autoria: Diego Ferreira

Um certo túnel

O caminho sempre será árduo por mais inúteis que sejamos

e um dado momento de nosso percurso nos depararemos com um túnel.

Sabemos que muitos desses momentos surgirão,

momentos de escolha, de renúncias, de opções.

Se pudermos nos focar na luz do fim desse túnel saberemos

que nossa missão será cumprida, será executada.

E mesmo que não possamos ver essa luz, imaginemos.

Ela nos encorajará...

Às vezes a escuridão não tem somente a função de nos fazer sentir perdidos,

mas também de nos fazer se encontrar aonde ninguém pode...

É difícil pensar em coisas demais quando se trilha um caminho sem retorno,

nossas escolhas sempre repercutem no passo seguinte.

É assim que venho vivendo ultimamente,

sabendo que estou na escuridão de um túnel, me confrontando,

me debatendo, me iludindo, me possuindo.

Choro em demasia por sentimentos alheios,

erro em demasia por atitudes alheias,

me decepciono em demasia por pessoas alheias.

Não me alarmo com tudo que tenho pra viver, pra aprender e sofrer,

estou andando pacientemente e não vou voltar atrás,

o que eu errar estará errado, o que eu perder estará perdido,

mas nunca me envergonharei de nunca ter tentado...

...Tentado atravessar um dos milhares de túneis da vida.

Autoria: Diego Ferreira

O sono e a vigília

Irmão e irmã... Os dois estados de consciência.

Descartes já dizia que não há indícios concludentes que os possam separam.
Será então gêmeos? Nascidos com a simbiose de um ventre materno?

O sentir e o parecer sentir. Duas realidades ou fantasias distantes.
O aqui e o outro universo.

Um é o sagaz... A lança... O sono
Liberto de todas suas barreiras,
capaz de alcançar e almejar sem escrúpulos todas suas vontades.
A outra já é tímida e limitada... O escudo... A vigília
Controla-se para não equivocar-se,
Pois o que não é concreto, não é tocável, não é alcançável.

Então o sono e a vigília podem sim ser inseparáveis, de fato.
Pois sendo um a contradição do outro,
não vivem sozinhos entre si.
Ligados para sempre, seja pelo corpo, seja alma.
As duas asas que um pássaro precisa para voar.

E como o amor de irmãos,
o sono e a vigília vagam pela noite ou pelo dia,
para que um seja a lança e o escudo do outro.
A consciência os carregará e os iluminará,
e estes sempre terão sua missão divina:
a de nos humanizar e nos fazer seres cada vez mais vivos.

Autoria: Diego Ferreira

Victim

São lastimáveis as vítimas constantes da história que jamais acaba...

Nos primórdios, os fracos subiam em altares, escolhidos pela decisão de uma moeda,

para com seu sangue, derramá-lo entre as pedras, acalmando os deuses tiranos,

que com sua ira nos dizimaria sem piedade... sem amor... sem remorsos.

Eventualmente o tempo passou 

e os homens tornaram-se vítimas indefesas do sistema... 

Aquele ser forte, postado em seu trono, com seu olhar altivo e destruidor

agora daria lugar a um deus invisível, constituído de números e cifrões, 

um deus poderoso para os seletos.

Se você não se adapta ao regime, este o elimina.

Esse mesmo sistema que agora substitui o papel da divindade que pune, 

mas que agride tão mais fortemente como tal.

Esconder-se às sombras das alamedas com medo de ser pego pela massa manipulada.

Seja por agressão ou por rejeição, as armas podem ferir e gerir seres imutáveis,

retalhar a mente dos que não se defendem,

estraçalhar o corpo dos que não pensam,

esvair a alma dos que não choram...

E a cada dia que se passa, estamos mais condenados,

condenados a viver sem nossa liberdade, sem nosso amor, sem nossa compreensão...

Querendo ao extremo de todo precipício mergulhar numa queda sem fim,

sentindo o ar congelando nossa inocência e ignorância,

levando-nos até onde eles não nos possam tocar.

Se eles nos tocarão? Não sei... 

O precipício é o nosso coração. E vai saber quem poderá chegar até lá.

Autoria: Diego Ferreira

Mentiras

Platão dizia que a mentira é uma situação permissível...  

Aristóteles acreditava no oposto.

Há quem diga que dizeres falsos quando não se sabe de tal falsidade ou se acredita 

que sejam verdade, não são considerados mentira, mas sim erros.

Discordo em parte dessa possibilidade...

Elas são exageros, enganos, excessos retóricos...

Enganam a nós mesmos com o pequeno intuito de culpa ou vergonha.

A moralidade está diretamente afetada quando,

através da mentira, faço alguém crer e participar como sendo verdade.

E ela não será destruída, nem pode ser, nem jamais será...

Não pode ser, pois é preciso a mentira para se existir a verdade,

assim como é preciso a escuridão para se existir a luz,

a terra para se existir os céus,

o mal para se existir o bem.

E jamais será destruída, ela vem como parte da humanidade

fazendo-nos seres falhos e pecaminosos como somos.

Está enraizada dentro assim desde os primórdios

e não é possível ser destruída a menos que o ser humano,

destrua a si próprio...

Da vida, isso é o que levamos, 

aprendemos com as verdades, nos iludimos com as mentiras...

Lutamos pela verdade como sinônimo de liberdade,

perdemos pela mentira como forma de privação.

Autoria: Diego Ferreira

Os sete instrutores

Sou o guia dos homens em sua mente...
Dou-lhes a capacidade de se policiar, de ver através de si seus erros...
Eu me chamo Saber.

Sou a faculdade da razão, da compreensão...
Fui gerado para fazer do juízo uma balança que pende aos dois lados...
Eu me chamo Entender.

Sou o poder que flui além da boca...
De mover corpos para o que se convém fazer...
Eu me chamo Acontecer.

Sou quem vos dá força para aguardar com paciência...
Aquele calor além de todos, que faz-nos superar absolutamente tudo...
Eu me chamo Fortalecer.

Sou aquele que possibilita os homens a conhecer sua própria miséria e fraqueza...
De conhecer a beleza da virtude e o valor inestimável da alma...
Eu me chamo Conscientizar.

Sou a capacidade de humanizar...
De ver a si mesmo nos erros do outro, de poder relevar...
Eu me chamo Perdoar.

Sou a maior das forças, que vos faz ver como uma criação perfeita e minúscula...
Que estás constantemente sendo julgada e observada pelo poder maior e desconhecido...
Eu me chamo Temer.

Autoria: Diego Ferreira

Reciclar-se

Chega uma hora na vida em que é bom reciclar-se.

Não uma ou outra vez que acontecerá, mas muitas vezes.

Reciclar-se daquela velha rotina que vem tomando conta,

daquele seu olhar baixo por estar cansado ou simplesmente não se acreditar,

daqueles costumes pequenos que te prender para alcançar mais.

Reciclar-se de todos os instantes que não deram certo... Seguir em frente.

Reciclar-se de opiniões, tanto própria quanto dos outros... O mundo gira.

Reciclar-se daqueles pensamentos efêmeros que trazem a superfície todas suas fraquezas...

Que te privam, te proíbem, te negligenciam, te fazem chorar...

De básico tudo é reciclável, ninguém está perdido

ou atirado na montanha de pessoas que seguem ao nosso redor...

Recicle-se, liberte-se... Renove-se, transcenda-se.

Possibilite-se a novas experiências e conceitos... Não se prive.

A vida é curta demais para limitarmos ao que conseguimos e o que não conseguimos,

ao que podemos ou não fazer... Aos conceitos.

Ao eterno e corrosivo...... tempo!

Autoria: Diego Ferreira

Fotogenia

Fotogenia...
A incrível necessidade que tenho de me retratar.
A esperança que tenho que daquele meu reflexo invertido no espelho,
tome diversas formas e saia dessa monotonia.

Fotogênesis...

É ilusório, mas sempre espero das constantes fotos de mim mesmo,
o retratar de alguém diferente, uma outra pessoa, uma nova pessoa.
Ou até mesmo o princípio de mim, o começo de tudo,
o marco inicial dessa minha existência terrena.
Mas infelizmente sempre estou igual, sou o mesmo,
com mesma cara e aparência, uma empatia exagerada que flui de mim.

Por mais que tente, sempre será mais forte que eu,
não resistirei... Irei me retratar, me fotografar,
me congelar numa fração de tempo
que fará não mais eu envelhecer num pedaço de papel.
Talvez se possível a eternidade... Quem sabe...

É um mistério o que as lentes podem fazer conosco,
ou o que esperar daquele momento que estou gravando,
mas permanecerei assim, fotogênico, viciado,
com o intuito de um dia esperar ver de mim
um rosto jamais visto, uma permanência de você em mim um tanto que desejada...

Autoria: Diego Ferreira

...em melodia

Da vida... nossos acontecimentos

Da felicidade... nossos sorrisos Da paz... a quietude

Do amor... todo o compromisso.

Na música, um tema fixado para ser desenvolvido

Na melodia, o dilema do quanto o desconhecido é capaz de surpreender

No refrão, a exaltação do motivo real da canção.

Em linhas tão simples e tênues

sobre a pauta fazemos uma

conforme a freqüência e constância

que vivencia nosso coração.... Conforme ele nos manda seguir.

E não é preciso cantar ou se por a tocar um instrumento...

Estando fazendo música no simples ato de viver...

Acordar a cada dia com aquela preguiça no corpo e

então se esticar, sentindo nossa vivacidade pronta

para explodir longe de nós... Lá longe onde queremos estar correndo.

E sentir o sol e o vento batendo em nossa pele,

avançando em suas direções, como loucos,

loucos por saber que cada minuto passa e não volta mais...

Então vida e melodia são loucura,

E nós, os insanos, que veneramos nossa impaciência

enquanto traçamos nossa partitura, nos minutos que se escorrem,

a nossa forma de viver, de melodiar...


Autoria: Diego Ferreira

Por que escrever?

Existem várias razões para escrever...
De uma forma mais simplificada, estamos presos
a nossa realidade, a nossa mente, ao nosso corpo, a nossa vida.

Se estou preso a realidade quero buscar em uma folha de papel
os sonhos de nações e pessoas em paz, sem guerra, sem discórdia, sem inveja, sem ganância.
Essa é a nossa realidade, infelizmente,
e somente escrevendo consigo, por si só, fugir desse Cerberus que nos aniquila por dentro.

Se estou preso a minha mente, um invólucro ósseo me limita,
fazendo de meus pensamentos fixos em seu interior, amargo, triste e frio.
Essa é a mente, terrena,
que somente escrevendo consigo fazê-la ganhar asas e fugir dessa gaiola chamada raciocínio.

Se estou preso ao meu corpo, andar é o máximo de minha longitude,
que contemplaria em passos constantes, o auge de minha exatidão.
Esse é o corpo, frágil e debilitado,
que somente escrevendo posso assim como Hermes, voar infinitamente além de minhas linhas.

Se estou preso a minha vida, um conceito ainda em expansão,
mas que somente permite que eu vá até os contornos do que meus olhos podem enxergar.
Essa é a vida, uma esfera sem proporções cabendo na palma de qualquer mão,
que apenas quando escrevo, posso fugir dessa realidade, mente, corpo,
e alcançar mundos inatingíveis e tangentes, mundos além de nós mesmos num pedaço de papel.

Porque escrever não é tão fácil pra quem deseja...
Seus sentimentos, sua carne, sua alma,
estão presentes nas palavras que ele opta de bom grado,
dividir com todos aqueles que estejam dispostos a estender suas fantasias de mãos dadas.

Autoria: Diego Ferreira

Elos

De quanto precisamos para alcançar os outros?
Estender as mãos e conseguir tocar no impossível?
Abrir-se de coração e saber que nada de mau cairá sobre nossos ombros?
Não temer mágoas e sofrimentos, pois está na companhia certa?

Nada mais no mundo importa, o principal está sendo esquecido.
Do mais simples ao mais complexo, o homem volta às raízes de sua ignorância,
achando-se galanteador, esplêndido e de plena onipotência.
Estão se arriscando em coisas erradas...

Os elos é que nos firmam, nos dão raízes ao chão,
balões ao céu... Inspirações ao amanhã...
É poder dedicar sua vida a alguém, por alguém e em alguém,
é doar-se sem esperar devoluções e saber que:
o círculo do infinito está ligado ao amor eterno de dois seres.

Enquanto eles demoram para se dar conta do que realmente importa,
os que já sabem, marcam e transbordam a vida de seus entes e amigos,
fazendo de suas vidas infinitas, suas presenças aclamadas,
sua ausência abolida...

É poetisa, você tem toda razão... Faça de seus instintos seu guia e
do coração sua morada...

Amicitia

Meus amigos são cada pedaço de mim... Cada fio de cabelo,

cada célula que circula em minha aurora, 

cada rugido de energia que sopra em minha mente...

Deveras não demonstro em dados momentos,

tampouco as vezes pareço-me instigado a calar...
Mas esse é meu jeito, minha “caladez”,
uma timidez que vive precoce em minhas veias...

Mas vocês constituem parte de minhas filosofias,

trechos de meu amadurecimento,

pétalas de minhas alegrias,

rochas de minha fortaleza,

todo o néctar que me transborda,

um adeus a solidão como um 

tapa na cara da tristeza...

Não ser consanguíneo como os membros de uma família,
mas ser de coração.
Não ser de um mesmo corpo como yin-yang,
mas se doar como se fosse.
Não ser uma alma una e fundida,

mas ser como se...

                                     ...Fossem almas gêmeas!

Sendo a amizade o princípio de todos os sentimentos...

Autoria: Diego Ferreira

Esperando...

No banquinho de madeira ele aguarda,

mas não se surpreende pelo porquê... Somente espera.

Sabe disso, pois um vazio o habita, 

o mexe por dentro, dilacera seus momentos de calmaria

e lá, sua alma clama de angústia...

Como se saltasse de seu corpo.

E já se deparou várias e várias vezes se perguntando

o que o leva até esse lugar ou o que ele deve esperar deste.

Não é burro e sabe que esperar não é o certo,

e que a raça humana precisa correr atrás de seus vazios...

Mas sua constante burrice o atrai sempre para o mesmo ponto.

E ele simplesmente aguarda...

Dia após dia... Minutos que se escorrem no relógio.

Está com medo de se perder nesse caminho

que percorre todos os dias pra seu banquinho...

Todavia, sempre está lá.

-“Será que é alguma pessoa? Uma notícia?

Uma mudança ou apenas coisa da minha cabeça?” 

Ele se pergunta todas as manhãs quando se acorda

e todas as noites antes de dormir...

Na tentativa de recobrar sua consciência que não mais está sã.

Enquanto isso sua vida segue se arrastando vagarosamente

no aguardo de seu anseio, de seu sonho, de seu delírio...

Daquele sentimento que o preenche quando está sentado

sempre a espera, 

admirando a vasta imagem a sua frente:

sua vida em breves momentos...

Autoria: Diego Ferreira

Imaginável

...pensar na vida. Querer a ela tanto quanto tudo.

...procurar estar um passo a frente de tudo, 

para se orgulhar de qualquer coisa.

...sonhar todas noites acordado, 

os sonhos são mais que forças, 

são o espírito de cada um de nós.

...voltar para casa depois de um longo dia,

sempre haverá alguém a sua espera.

...contar pedrinhas no caminho,

mesmo sabendo que são muitas, mas o passatempo é maior.

...desejar sempre estar andando pelo caminho certo e da felicidade,

a vida nos faz sofrer, o amor nos faz aprender, a maturidade nos faz perdoar.

De fato tudo é imaginável, tudo é transcendente, tudo é maior que nós.

Nossa mente é apenas a caixinha de nossos sonhos,

nossa alma, o receptáculo de nosso universo,

nosso corpo, as raízes que nos fertilizam e faz-nos fortalecer.

Pense nisso, ou melhor,

imagine-se...

Autoria: Diego Ferreira

Pensamentos

Alguns me enlouquecem... Deixam-me confuso.
Dividem-me... Separam-me do restante do corpo.
Criam uma cratera dentro de minha própria existência,
me fazendo questionar o que e por que...

Alguns me libertam... Saio em vôo constante.
Parto para mundos que vão além dessas paredes.
Deixando de meu corpo um cálice vazio,
pois minha alma contempla na infinitude.

Alguns me intrigam... Como isso veio à minha cabeça?
De onde veio essa capacidade de progredir a tal pensamento?
Por que eu estou pensando nisso?
E o que eu ganho em pensar sobre essas coisas?

Alguns realmente me testam... Querem ver se estou no controle.
Se eu realmente posso pensar adiante sem perder a virtude da sanidade.
Se eu estou no controle perante os acontecimentos
ou se eu vou partir em uma queda profunda por não suportar.

Alguns nos enganam... Iludem-nos e nos ferem.
Nos cravam um punhal no peito por serem irreais.
De fato eu estou nesse momento... Passando por um momento de dúvidas,
selecionando o que pensar, no que pensar...
Naqueles pensamentos que me levam onde quero ir, aonde quero chegar...
Chegar até você, até nós.

Minha mente habita todos esses infinitos pensamentos,
minha mente é infinita e meus pensamentos,
um punhado de areia jogada ao tempo sem fim nem destino.

Autoria: Diego Ferreira

Flores e pessoas

Uma simples flor pode mudar meu dia...

Assim como estenderem a mão...

Pessoas e flores têm destinos supostamente traçados,

delineadamente planejados,

curiosamente flexíveis,

com coisas bem simples em comum.

Quando estou triste, 

uma bela e qualquer flor da rua,
através de seu perfume, sua beleza, simplicidade,

pode me fazer sentir melhor,

mais calmo, mais reflexivo sobre o meu entorno.

Também quando estou triste, 

uma bela e qualquer pessoa da rua,
através de seus gestos, sua atenção, seu carisma,

pode me fazer brotar sorrisos, alegrias e compreensões,

fazendo-me ver que estou assim por nada.

Simples então eu dizer que ambas são belas,

têm a capacidade de transformar um dia, 

um destino, uma mágoa...

Pode não parecer, mas elas estão ali,

te esperando num dia qualquer em que iremos nos cruzar,

e que tudo naquele momento mudará.

Quisera os humanos serem tão simples e majestosos quanto as flores,
mas ao menos, eles têm um ao outro.

Autoria: Diego Ferreira

Declive

Uma coisa é certa... Da mesma forma que vemos sinais de bondade,
também vemos a humanidade regredir.
Como pode ficarmos martelando sempre o mesmo prego?
Prego que simboliza as ganâncias de algo que o homem não pode ser.

O homem tem inveja dos pássaros por voarem... Criou suas próprias asas.
Tem inveja por não sobreviver embaixo d’água... Criou sua própria forma de respirar.
Tem inveja do que não tem... Tomam posse nem que seja preciso a força.

E vemos então aquele ser originado de um macaco,
que passou por tantas evoluções e progressos após as gerações...
Regredir... Entrar em uma constante e densa avalanche de más-feitorias...
Originando o caos.

Palavra curta que deixa cicatrizes eternas naqueles
que têm o gosto amargo de sua vivência.
O homem como portador da mais bela inteligência dentre as espécies...
Emburreceu... Deixou sua magnitude e dignidade esvaírem por entre os dedos.

É decepcionante saber que a balança está mais favorável para as atitudes ruins
e que dia após dia está extinguindo os solidários e benfeitores que purificam uma nação,
fazendo então regredirmos numa parábola constante,
até que enfim... O homem volte ao pó.


Autoria: Diego Ferreira

Liberte-se

“Abra suas asas, solte suas feras” 

Desfaça os grilhões de sua mente,

impeça os rótulos massivos da sociedade hipócrita.

Seja você mesmo, não seja outra pessoa,

seja o personagem principal da história 

que você irá escrever.

Não tenha vergonha em ser diferente,

a diferença nos qualifica num mundo de mesmices constantes.

Raças, credos, sexualidade... Diferenciam-nos

mas nos fazem humanos.

Não tenha vergonha do que quer ser.

Seja...

Lute, grite, extermine...

Egoísmos, preconceitos, toda essa ladainha humorística às vezes

mas não nos fazem rir... Fazem sofrer.

Mostre de onde você veio, e para onde vai,

não baixe a cabeça... Erga-a o máximo que puder.

Liberte-se liberte-se liberte-se

transforme seu exterior mostrando 

o melhor que seu interior possa doar.

Exclua essa opinião ridícula... Seja aquela única pedra de sal:

você mesmo...

Autoria: Diego Ferreira

Cada olhar, cada horizonte

Cada um carrega consigo seu olhar...
Nele está presente todo o íntimo e precioso interior.
Nesse mesmo olhar podemos estar carregando nossos sonhos,
um olhar forte para o nosso futuro.
Podemos estar carregando nossos amados,
“aonde quer que eu vá, levo você no olhar”.

Sei bem que através dos olhos podemos ver a alma,
podemos de certo modo decifrar mentes
ou até cifrá-las em canção,
mas o significado de um olhar é
a mais individual forma de nos diferenciar.
Pois cada um tem os sonhos, medos, conquistas e aflições,
logo todos têm o seu próprio olhar.

E não digo isso com olhos de quem vê tudo e a todos,
mas com olhos de quem vê a humanidade
através da mais singela forma de se expressar e se humanizar...
Se me faltarem as palavras, meus olhos a encontrarão,
não sei me interiorizar sem eles,
eles são a vitrine das minhas concepções de ser...

E se achamos que é vasta a diversidade dos olhos por aí,
tente então ver além deles,
assim então perceberás que a diversidade não é imensa,
mas sim nossa visão que é pequena...

Autoria: Diego Ferreira

Um poder oculto

A boca se abre, um sussurro em seu ouvido

Da sua tristeza e recolhimento,
o calor de se soltar.

Da alma que remói em seu interior escuro, 

a alegria de se mostrar serena.

De cada palavra que proferirmos,
alguém pode se libertar.

Viajar em seus lindos sonhos,

voar livremente em seus límpidos céus azuis,

nadar nas águas doces da felicidade,

ao invés de viver as sombras de lágrimas e solidão.

Se cada vez que eu abrisse a boca, 

pudesse libertar uma alma em sofrimento,

minha vida se tornaria mais branda, minha paz imensa.

E não é bobagem quando digo e repito:

as palavras têm esse poder...

O poder de mudar, de transformar, resolver e estagnar.

Basta abrirmos nossas cordas vocais para transformar vidas, 

libertar pássaros de suas gaiolas.

Quisera o mundo ter mais profetas entre nós... 

Para fazer de nossos passos mais honestos,

de nossa felicidade mais reluzente... 

De nossa vida mais luz.

Autoria: Diego Ferreira

A fórmula do viver plenamente

E eis a fórmula de uma vida plena de felicidades:
 “não faça o que você ama, seja o que você ama”.
E eu bem sei que não existem fórmulas e magias
quando falamos de felicidade,
mas do que é fato... Pessoas infelizes existem.

E não sei se estou seguindo a risca essa regra,
mas a felicidade bateu em minha porta,
de uma forma simples, diferente, na forma de simplicidade...
E aos poucos começo a perceber que já estou agindo inconsciente
pelo que me alegra, pelo que impulsiona a sorrir... A lutar.

Vejo que não preciso mais procurar pelo que quero,
elas vêm até mim, como um assobio... Ou o sopro de uma ventania.
E por mais que tente negar, eu sei que o sofrimento existe,
mas as dores da noite são as forças que nos fazem levantar para um novo dia.
Muito já perdi... Mas em nenhum momento deixei o que amava de lado.
Nem deixarei, é parte de mim. Constitui minha essência.

E os dias passarão e eu ficarei velhinho,
mas em minha vida haverá um imenso álbum de fotos coloridas,
de tudo que vivi quando jovem, quando adulto,
de tudo que sorri e gritei pro mundo...
Esse será o meu legado...
Porque não terei feito tudo que amo,
terei sido tudo que amo:
eu mesmo em todos meus passos.

Autoria: Diego Ferreira

Ser

O que ser? 

Ser todos os pensamentos que couberem na cabeça.
Ser todas as mágoas que for capaz de perdoar.
Ser todas as tristezas que for capaz de esquecer.
Ser todas as alegrias que puder sorrir.
Ser todas as lutas que irão travar.
Ser toda a persistência que conseguir ter.

Ser todos os sentimentos que couberem no coração.
Ser todos os amigos que puderem erguer a mão.
Ser toda paz capaz de conquistar.
Ser todos os sorrisos que de você vou roubar.
Ser todas as coisas complicadas que a vida nos testa.
Ser todas as coisas simples que a vida nos dá.

Ser, de fato, o que nem eu mesmo sei,
Ser, porém, o conjunto de todas as buscas que elaborar.
Ser uma incógnita, sem desfecho, sem um fim...
Eu o determino, você o determina...
Porque não basta ter olhos para me ver por fora,
é preciso ter olhos para se ver por dentro...

Autoria: Diego Ferreira