segunda-feira, setembro 30, 2013

Sexo-maquinaria

Sexo não é amor, é um complemento deste.
Mas hoje as pessoas não levam isso em conta,
não fazem sexo com quem amam, mas com quem quer.

Sexo se tornou uma forma de passar o tempo, inibir a solidão,
interesses financeiros, um momento de prazer.
Se sexo gera prazer?
Sim e muito, mas não gera amor.

Idiotas...
Como pode as pessoas estarem se transformando em máquinas fúteis hoje em dia.
Até mesmo os animais sabem disso.
De que me adianta ter todas as mulheres do mundo para transar se eu não tiver o seu amor?
“Comi” fulana, “dei” pra sicrano, que isso?

O sexo não é uma garantia de amor pleno,
mas o amor sim a garantia de um sexo verdadeiro.

Faça amor ao invés de sexo...
As pessoas ainda sabem o que isso significa?
Ou agora viramos peças de reposição do prazer.
Hoje não somos mais amantes, mas robôs...

Então por favor, entenda-se uma coisa:
A rosa não nasce porque sabe que é a mais bela das flores,
ela nasce porque teve uma terra fértil para gerá-la.



Autoria: Diego Ferreira

sábado, setembro 28, 2013

Sonho inacabado...

Tive um mesmo sonho já duas noites. 
Estava ela próxima do céu pintando as nuvens.
Mas não eram simples nuvens.
Eram poemas.
E toda vez que concluía sua pintura dizia:
-Siga seu ciclo.
E então chovia. Chovia sem parar.
E quando a chuva parava lá ia ela rabiscar poesias na imensidão.

Acordei-me as duas vezes nesse momento...
Quisera eu que esse sonho tivesse uma continuação...
Quisera eu que ele fosse verdade,
e que eu abrisse a janela e você estivesse lá,
pintando o céu.
Quisera eu também que quando chovesse
as poesias ao tocar na terra a fecundassem,
fazendo florescer lindas canções
e verdades da beleza de um amor.
Quisera eu poder sonhá-lo com olhos abertos.

Quisera eu enfim que esse sonho fosse real...
Quisera eu tantas coisas,
pena que não passa de um sonho inacabado.


Ou não...


Autoria: Diego Ferreira

quinta-feira, setembro 26, 2013

Paradigmas em guerra

O que pesa mais na balança, a razão ou a emoção? A cabeça ou o coração?
“O amor e a razão são dois viajantes, que nunca vivem juntos na mesma hospedaria:
quando um chega, parte o outro.”


A razão é uma ferramenta mais concreta para nos colocar no caminho da vida, dos pensamentos.
Através dela, nos guiamos para distinguir o certo do errado,
o amigo do inimigo, a verdade da mentira.
É a bússola para nossas ações maduras e coerentes.
Mas ela sabe bem que às vezes deixamos de seguir, 
pois o coração insiste em agir.

Já a emoção é o nosso eu impensável, maluco, mas também correto,
que busca sempre desmentir nossa razão, agir com atitudes loucas,
como se razão fosse preciso, mas sim apenas o que habita em nosso peito.
A emoção é essa falta de definição que nos faz humanos, vivos e caminhantes pelos sentimentos.


O pensamento ou o sentimento?
Não há quem não carregue essa dúvida nos seu mais íntimo interior.
 “A mente humana é como o pêndulo de um relógio que flutua entre a razão e a emoção."
E qual escolher? Talvez não saibamos e nem descobriremos,
e ficará como uma balança,
em cada momento pendendo para apenas um dos lados. 


Autoria: Diego Ferreira

terça-feira, setembro 24, 2013

Dois "querer"

Você diz me querer bem e eu vos digo te querer para mim.

Na complexidade da vida acabamos utilizando palavras iguais para ocasiões e sentimentos diferentes.

Mas o que é querer?
Ter intenção ou vontade de, aspirar a algo, desejar...
Simples palavra que roteiriza e protagoniza papéis.

Nós somos esses papéis
e se as circunstâncias nos exigem o uso diferente do querer,
é porque o teatro é imenso
e as formas de ver quem está ao seu lado múltiplas.
Desencilhou-se aquela rotineira expressão de que querer é poder,
pois nem sempre podemos o que queremos.
E quem pode, faz errado...

Talvez o mundo virasse de pernas pro ar se pudéssemos tudo,
e nem todas as almas seriam singelas para querer alguém bem ou para si,
mas sim dinheiro, fama, e outros memoráveis papéis falhos da vida.
Guerras foram roteirizadas em prol de “quereres” desonestos,
e injustiças foram ensaiadas num fim trágico pelo poder.
E eu aqui apenas querendo alguém para si,
e ela me querendo bem.

Até quando os homens se acharão onipotentes por causa de seu livre-arbítrio?
Grande coisa se isso nos torna diferente das outras espécies,
mas não superiores.
Devemos querer as coisas certas, de real sentido,
de valores imensuráveis não em títulos, mas no coração.

Chega dessa monotonia que está nos destruindo,
queiram uns aos outros,
ou bem ou para si...


Autoria: Diego Ferreira
Imagem: Paola Ramires

quinta-feira, setembro 19, 2013

Lembranças...

E de repente percebemos que tudo não passa de poeira.

A saudade remonta um quebra-cabeça de lembranças que agora só têm lugar nos sonhos.
Se ontem um momento ocasional nos fez parar e considerá-lo importante,
hoje está talhado na pedreira da memória.

Irremovível, imutável...

Às vezes um tanto frio e inanimado quanto essa mesma pedra,
assim são as lembranças.
Um dia viver tais alegrias e no outro apenas lembrá-las.
Lembrar de um sorriso, de uma lágrima,
do rosto de alguém que dorme, de alguém que acorda no espanto.
Aqueles pequenos instantes que pedimos para que fossem eternos,
mas que não foram atendidas nossas preces.

Por mais sinceros, singelos,
apenas “momentos que não abro mão”.

Depois o homem quer dominar o tempo,
criando máquinas,
viajando através desde mesmo tempo atrás do que ficou no passado.

Irresistível mas temível,
pois não se seria justo mexermos no castelo de memórias
e alterar tudo com suas consequências,
afinal a saudade tem sua função:
lembrar-nos que simples humanos como nós nada somos perante o tempo.

 “O tempo não para”.
O rio não deixa de correr
nem o vento soprar.


Viver é cuidar afetuosamente cada segundo do agora,
porque um dia eles serão parte do ontem
e como todos sabemos,
restarão apenas em nossa memória.


Autoria: Diego Ferreira

sexta-feira, setembro 13, 2013

A vida é simples

Não sou um executivo renomado tampouco um influente membro da sociedade classista e capitalista. Não tenho propriedades em meu nome nem extensas casas decimais antes da vírgula.
Não tenho nada, só meu nome.
Nas letras do nome carrego o significado simples da vida.


“Tem coisas que tem seu valor,
avaliadas em quilates, cifras e fins.
E outras não tem o apreço
nem pagam o preço que valem para mim.”

A vida é bela e a felicidade eterna.
Eu encontrei a minha felicidade, e se para mim a vida é bela é porque tenho os olhos para ver a simplicidade dela.
Enquanto a cidade dorme em seu berço esplêndido,
almas acordadas vagam em busca de seus sonhos.

Se eu tenho sonhos?
Deitar na areia e contar as incontáveis estrelas,
fechar os olhos e abrir os braços acolhendo para si a brisa quente do sol.

Sempre chega a hora de cumprirmos nossos sonhos.
Sempre chega a hora do sol se por e da lua então brilhar.

A vida dá caminhos mais fáceis  para uns do que a outros.
Foi-me dado o mais difícil.
Mas não nenhuma cruz pesada para carregar, mas uma lição para levar da vida, a vida que a gente leva.
A estrada é mais longa mas o fim sempre está lá, nos aguardando.
Posso demorar para chegar, mas meus sonhos carrego no peito, 
meu amor no coração, 
um brilho no olhar.


Diante desse céu repleto de estrelas sobre o espelho das águas só existe um limite para a vida: até onde posso ir e até quanto de felicidade posso carregar, 
nesses bolsos cheios, 
cheios de areia, 
areias do tempo.


Autoria: Diego Ferreira

terça-feira, setembro 10, 2013

Na janela...

Em um ônibus, minha respiração embaçada no vidro. 
O sol entre nuvens e sobre a copa das árvores.
Apenas alguns tons dele refletem na água. 
Deus brincando de aquarela.

O nevoeiro cessa a visão do quão longe a paisagem pode ser. 
Verdes, azuis, luz...
Tudo tão belo e eu sentado nesse banco com milhares de outros destinos afins.

Uma companhia clara ao meu lado lê seu jornal e comenta sobre futebol ou moda. 
Será que ela não vê o que eu vejo?
Essa tranqüilidade que passa diante de meus olhos, me protegendo do inútil.

É, talvez eu esteja mesmo ficando louco e a paisagem nem seja assim tão bela.
Ou todos caíram na rotina e depois de tanto ler notícias, nada podem fazer, somente tagarelar.
Como conseguem deixar isso assim, viverem presas em momentos que não levaremos para si.

Momentos lindos e tão simples às vezes estão bem a nossa frente, basta apenas ter olhos para ver, ter coração para sentir.
E momentos como esse talvez já tenham se passado muitas vezes por mim, eu não fui capaz de ver.
Dessa vida não nos adianta muitas coisas.
E das mais simples que nos fazem mais felizes.


Prefiro continuar olhando a vida brincar de ciranda com cores pela janela.


Autoria: Diego Ferreira