sábado, junho 13, 2015

Vo(Sonh)ar

Não foi tão difícil sair do ninho
mas mesmo sem saber voar
pedir ajuda ao vento para me levar
para onde eu quisesse chegar.

No primeiro voo, há um risco de dois lados
sairei do ninho, ou cairei numa queda profunda
ou terei um primeiro bater de asas bem sucedido.

O primeiro medo é ser apresentado ao desconhecido
e sozinho, saber enfrentar as águias e gaviões.

Após muito tentar agora sim consigo levantar voo
e a cada bater das asas, com fé e esforço,
olhar para trás e ver o ninho
– aquele reduto de amor e aconchego – ficando distante de meu coração quente.


Embora com muitas quedas ainda estou rasante,
mas alto o suficiente para ver daqui de cima o que sempre desejei.
Confesso que não é fácil essa jornada solitária,
solidão e tristeza incansáveis vezes tentam voar ao meu lado,
mas como um pássaro audaz me despeço dessa companhia
e sigo valente às montanhas mais altas da vida.


É o princípio eu sei, muito tenho que voar,
muitas tempestades enfrentar com o peso das asas molhadas,
muitos obstáculos desviar sem parar,
rajadas de ventos fortes, frio e calor ao extremo
mas no final estarei voando altivo cada vez mais próximo ao sol.


Um dia, ao término dessa longa jornada,
irei pousar, satisfeito e feliz,
em um galho de árvore – verde e cheio de vida – 
intitulado como minha casa,
para descansar de meus objetivos, guardá-los e desabafá-los como lembranças
e esbanjar sorrisos de uma bravura que ninguém jamais acreditou.


Voar é fácil... Difícil é manter-se no alto!


Autoria: Diego Ferreira