quinta-feira, outubro 31, 2013

Cobaias

E os homens fazem dos animais cobaias para seus experimentos...
E escraviza sua própria raça em prol de seus propósitos cretinos.

Será que não somos na verdade cobaias de nossa bestialidade?

Tentando alcançar a imortalidade, a vitalidade,
universos mais distantes, caminhos jamais percorridos.
Isso seria sabedoria ou ambição?
Maturidade ou fantasia?

A escravidão de nós mesmos foi dada quando adquirimos o livre-arbítrio
e assim passamos a exaltar nossa superioridade perante os demais.
Cobaias de nossos próprios destinos.
Disso nós temos controle.
Então, de que agora nos vale esse engrandecimento que temos?

O homem ainda que cada vez mais sábio, está mais burro.
Nossa existência não foi feita para sermos melhores que outras espécies
ou outros homens,
foi feita para respeitarmos dignamente nós mesmos no próximo.

Enquanto o homo sapiens não perceber que sua superioridade não importa,
estaremos nós caminhando para a total extinção:
do ser e do viver.


Autoria: Diego Ferreira

terça-feira, outubro 29, 2013

Eu sou homem

Eu sou homem que luta, aquele que também escuta,
que sorrindo sempre está.
Homem com milhares de defeitos, muito até imperfeito,
talvez causador de muita dor.

Eu sou homem que comemora, mesmo quando for por você,
que quer sua presença.
Homem que depende, depende da mulher,
sua fonte de inspiração e sua força interior.

Eu sou homem de poucos músculos, minha sabedoria não está no corpo,
minha sabedoria está na alma.
Homem que perdeu o machismo, de tanto conviver com as mulheres,
só pra poder ser uma amizade melhor.

Eu sou homem que chora, não nega que vai aos prantos,
quando é inevitável a emoção.
Homem que busca, se necessário até conquista,
mas sem perder a paixão.

Eu sou homem que em meio a esmolas, contempla o simples,
a humildade é meu salvador.
Homem que respeita, mas que até grita,
minha voz pra isso foi feita.

Eu sou homem, num universo de milhares de outros homens,
mas não existe ninguém igual a mim.
Homem que inegavelmente ama, constantemente sofre,
nos defeitos ou nas qualidades,
só por um dia de calor.

Eu sou homem, sem tabus, sem conclusões, sem desfechos,
que caminha para provar que é homem sim,
um homem igual
mas com coisas diferentes.


Autoria: Diego Ferreira
Contribuição: Paola Ramires

sexta-feira, outubro 25, 2013

Ouça com atenção...

Ouça com atenção...
as batidas do seu coração, os pensamentos que lhe geram um caminho,
a respiração dos seus desatinos.

Ouça com atenção...
sua razão, sua emoção, sua vida e seus sinais,
o vento e as poesias.

Ouça com atenção...
tudo que possas ser capaz de ouvir, elogios, críticas, palavras boas ou ruins,
mas ouça.

Ouça com atenção...
sem se preocupar com o que já ouviu ou poderás ouvir, se é bobagem ou não,
se mudará sua vida ou também não.

Ouça com atenção...
os mais velhos e sábios, os mais maduros e vividos,
as infâncias e sinceras.

Ouça com atenção...
não se prive de nada, não feche seus ouvidos,
sua cabeça e coração também fecharem.


Ouça com atenção...
sem frescuras... sem rodeios...
apenas ouça!


Autoria: Diego Ferreira

quarta-feira, outubro 23, 2013

Num teto

Às vezes deitado à noite
o teto torna-se uma tela de cinema
e um filme se passa diante de mim:
a história dos sonhos, minha futura vida,
o que quero para mim.

Estou boiando na superfície de minha vida
e a água tomando conta ao redor,
me envolvendo, me possuindo,
me conduzindo aos afluentes diversos que a vida nos impõe.

Diversas vezes torço para não fechar os olhos
continuar esse filme, seguir os passos
e me sentir feliz e orgulhoso
com o final feliz que ele tem.

Talvez esse filme não seja só para se passar no teto de meu quarto
e tudo isso nada mais é do que um trailer do que acontecerá no futuro.
Talvez esteja caminhando para esse final,
talvez não, com certeza caminharei.


É ótimo sonhar com o que queremos.
Dá-nos segurança e mantêm os pés firmes,
o olhar focado e a cabeça no lugar.
No que depender continuarei fazendo de meu teto
uma tela de cinema,
assim conforme a vida confirma o filme,
eu vou dando-o continuações.


Autoria: Diego Ferreira

terça-feira, outubro 22, 2013

E aí poetisa lembra?

E aí poetisa lembra?
Lembra das nossas conversas,
sobre a vida, do que realmente importa ou
qualquer de nossas bobagens.
De nossas poucas andanças, muitas gargalhadas,
enfim, momentos.

Lembra sobre a conversa do medo das mulheres maduras?
Lembra também dos dias que às vezes fazíamos duelos de frases?
Pois é, já faz tempo hein.

Eu até lembro que temos um poema inacabado, lembra?
Um dia quem sabe o terminaremos.
Terminaremos o poema em parceria,
em divisão, em conjunto.

Nossas conversas são quase um ritual,
se preocupar em perguntar se está tudo bem...
E a lua então, o céu e as estrelas,
nosso fascínio em comum.

Somos amigos, companheiros na poesia,
fiéis nas palavras, leais nos sentimentos.
Muitos de nossos pensamentos se igualam,
alguns se colidem, mas somos confiantes um com o outro.

Lembra, talvez não, que a primeira vez falei que a admirava muito?
Realmente são poucas as que admiro, sinta-se feliz, és rara mesmo.
Eu lembro, você lembra, lembramos...
Está tudo na memória constante e passível de nossa amizade eterna.


Amizade na poesia,
amizade na vida.
Lembra?


Autoria: Diego Ferreira

domingo, outubro 20, 2013

O poeta

O poeta é o novo olhar entre os sentimentos e o mundo em rotação.
Faz de suas palavras seus mandamentos e busca sempre a real conciliação consigo mesmo.
Está sempre em busca do seu eu interior, para poder expressar o que sente a todos com tal sinceridade.
Não ser poeta é como negar seus sentimentos na folha de papel,
é viver sem as palavras significativas,
é trancar-se nesse mundo que nos trás dor e angústias.
Não sei ao certo se nasci para ser poeta,
se nasci para essas poesias,
mas meus sentimentos pediram para sair de dentro
e enraizar pelo mundo afora, florescendo onde quer que eu pisasse.

O pouco de poeta que sou já me é o suficiente,
já me abre os olhos para esse cotidiano cinza,
já me faz sentir o amor, a amizade e a felicidade
como marcos e prioridades em minha existência.
Toda vez que escrevo, às vezes sinto que não sou eu,
sinto que outra pessoa está ali segurando a minha mão e movendo o lápis para mim.
Sinto que tudo que sinto percorre todo meu corpo
e explode, se encontra nos versos.

Ser poeta é mais do que escrever lindamente,
é viver em prol dos versos,
esperando que a cada canto que ande, tudo vire poesia, tudo renasça no caderno.
Ser poeta é contemplar todas suas conquistas, vitórias ou derrotas,
numa ode se necessário tão impulsiva,
que só quem escreve sabe o alívio e a satisfação de se expressar,
de por para fora, para o mundo o que sente.
Ser poeta é amar beijar seus ombros,
te acariciar o rosto enquanto fecha os olhos,
te admirar enquanto desembaraças o cabelo.

O poeta é mais do que sua vida,
é sentir sem ter coração,
caminhar sem ter pernas,
é sorrir sem ter um sorriso.
É ser mais do que seu próprio corpo,
é estar onde ninguém está,
no pássaro que canta na árvore,
o vento que corre constantemente a noite,
o luar entre as nuvens.

É não guardar o que sente,
mas por dar ao mundo todo seu amor, todo seu entendimento,
para que o planeta pode talvez se purificar de todas as maldades,
e viver calma e serenamente a felicidade inexplicável
como escrever sem rumo nas folhas de papel,
como você, poeta...


Autoria: Diego Ferreira

sábado, outubro 19, 2013

O patrono das minhas poesias

Um simples homem se eternizou por suas palavras.
Por suas canções e poesias, regadas ao seu apreciado uísque, vós mudastes o mundo.
Entre a fumaça de seus muitos cigarros gerações se ajoelharam por tais palavras de amor,
palavras de quem via como nenhum outro ser.

Vistes o que ninguém mais viu, chorastes o que ninguém mais chorou, ristes do que ninguém mais riu,
e ao passo que seus anos iam passando, a melodia se revelando,
e seus sonetos, nos convencendo.

O poeta que carregou consigo suas nove esposas, mostra para mim um simples jovem de poucas vivências, que o amor não mede forças com a felicidade. Eles se unem.
E num Soneto de Fidelidade vivem um para o outro assim como viveu para suas esposas.

Filho da Gávea, nunca lá pus meus pés, mas seu chão carrega a história de um boêmio que num Soneto de Amor Total fez meu coração parar, sentir e bater.
E sei bem que minhas palavras são miúdas ao tentar falar de um gigante,
mas você Rio de Janeiro o acolheu de braços abertos,
para com suas praias, praças e bares, firmar os passos de um redentor.

Você, Vinicius de Moraes, não morreu, você se eternizou...
Não serás jamais esquecido, nem por mim nem por ninguém,
porque nós poetas carregamos na lembrança
as palavras de amor de alguém que um dia só nos fez cantar.

“De manhã escureço
De dia tardo
De tarde anoiteço
De noite ardo.

A oeste a morte
Contra quem vivo
Do sul cativo
O este é meu norte.

Outros que contem
Passo por passo:
Eu morro ontem

Nasço amanhã
Ando onde há espaço:
– Meu tempo é quando.”


Se ontem você foi um poeta,
hoje e sempre serás minhas palavras.
Salve Vinicius...


Autoria: Diego Ferreira

sexta-feira, outubro 18, 2013

Abu Dhabi

Sob o Milh do Golfo Pérsico foi construída você,
sob seu sal as flores agora habitam a passarela que meus pés querem andar.
Tais flores que parecem florescer dentre as pedras,
fazendo as riquezas serem quase que imperceptíveis quanto a sua beleza.

Seus castelos parecem não ter fim, e suas torres tocar o céu.
Por que não me imaginar no topo de uma delas,
tentando tocar as nuvens para ver se elas são doces
ou de algodão.


Diz a lenda que Abu Dhabi refere-se
ao pai dos cervos que lá
um dia habitou.
Suas galhadas não mais residem por lá,
mas ao invés dos cervídeos,
sua rara e onipotente ainda existem.

Olho a minha volta e não sei o que.
Não sei o que mais ver.
Ou o que me falta ver.
Suas flores? Suas abóbadas? O céu límpido?


Uma paz entre a riqueza das arquiteturas
e meu eu inquieto. 


Autoria: Diego Ferreira

terça-feira, outubro 15, 2013

Dança de um trajeto

Confesso,
perdi o foco,
cai da ponte, sai dos trilhos.
Desfoquei.

Como se tivesse forçado
ao vidro em minha frente
a se embaçar.
Ceguei.

Fiz um esforço a mais
por algo que agora percebo
ser tão inútil.
Decepcionei.

Mas também sei
que a vida é muito curta
pra sofrer de lamentações.
Reencorajei.

Agora espero não mais
sair meu olhar do horizonte,
não me perder.
Caminharei.


E enfim,
sei que um dia
minhas apostas conquistarei.
Vencerei.


Autoria: Diego Ferreira

sexta-feira, outubro 11, 2013

Adiando

Hoje não, talvez amanhã.
E as conversas inevitáveis vão sendo adiadas,
e as dúvidas acumulando.

Encontros estão sendo esquecidos,
atitudes deixadas de serem tomadas,
e o compasso da vida não sendo mais o mesmo.

Já não se tem mais vontade de sorrir,
porque tudo está sendo esquecido,
tanto na felicidade quanto no prazer.
E foi adiando que tudo virou nisso,
nesses momentos cinza, sem cor, sem graça,
sem a vontade e a energia de uma ocasião qualquer.

Será que a cada passo que eu der parecerá ainda mais distante?
O destino estaria mais e mais se afastando de mim?

Não é mais a mesma coisa,
a felicidade não está servida a nossa frente,
o brilho no olhar não mais cintilante.
Que pena, achei que aceitar que deixasse para depois
não nos traria problemas,
mas ao invés disso,
nos colocou uma muralha que agora nos separa,
nos difere, nos agride.


Adiar, adiar, adiar...
e eu nem sei se amanhã estarei aqui.


Autoria: Diego Ferreira

quarta-feira, outubro 09, 2013

Permita-se

...viver um novo amor, ou nas sombras dele.
...navegar em águas desconhecidas, em busca de mapas, tesouros e sereias.
...ficar velhinho e poder lembrar-se das loucuras de quando era jovem e cheio de energias.

...olhar o céu à noite e querer estar lá, pertinho do brilho das estrelas e da lua.
...ver o pôr-do-sol todos os dias, e almejar estar além dele também.
...se tornar dependente aos carinhos, sabendo compartilhar e receber o amor.

...estar adiante mesmo que seus atos digam que você está parando.
...sonhar por dias melhores, pois quem nunca sonhou e n’um outro o concretizou?
...acreditar em si mesmo, antes de todos você sempre amou a si próprio.

...não ter a mente fechada, os espaços são amplos e as muralhas quebráveis.
...sorrir sempre nas horas inesperadas, a felicidade é um botão de flor que precisa crescer.
...chorar sempre que necessário, cada lágrima que cai são mais forças que você ganha.

...ser um poeta, poesias não precisam de conhecimentos, mas de sentimentos.
...ser um louco, porque às vezes a sanidade nos impede de sermos felizes.
...ser um desbravador, o mundo não se restringe em linhas num mapa de papel.

...continuar sempre o mesmo, seus amigos estarão ao seu lado, como também um dia precisarão de você.
...amar seus pais, respeitar seu próximo, fortalecer seus amigos, pois um pouco de nós está em todos que possamos sorrir.
...baixar a cabeça, a humildade não te fará menos humano.

...ir além dessas palavras, a vida supera expectativas, o amor barreiras, a amizade obstáculos e a felicidade tempestades.


Autoria: Diego Ferreira

domingo, outubro 06, 2013

...pelo avesso

Pescando peixes no céu, caçando pássaros na água. Abrir os olhos e sair um canto, Fechar a boca e poder ouvir.
Será que andaríamos para frente se o relógio corresse para trás?

Soltar pipas nas correntezas, velejar nas rajadas.
A luz como um oposto a todas as cores, a escuridão como sua presença.
A desvairada vida está pelo avesso.

O ciclo não mais une seu fim ao início e um elo não constitui a corrente.
O que um dia já foi normal agora é contraditório e o que ouvimos sobre um mundo de paz, um tanto utópico.
A lua não tem fases e o sol foi feito para nos esfriar.

O Saara é um grande iceberg e o Ártico, areia branca.
Estrelas constituem pontos negros no céu ao dia, e a noite, deixou de existir.
Estamos sendo apagados de nossa existência...

Cientistas dão aulas em escolas de alquimia e os padres carregam consigo seus experimentos.
Parece loucura néh... Parece mas não é!
A loucura agora é uma sanidade liberta dentro de todos e hospícios estão lotados de filósofos que inventaram a matemática.

Estamos de cabeça para baixo, andando no nada, nadando no tudo,
um dia o mundo se parecerá tanto com tudo isso,
e a vida humana não saberá mais distinguir seus valores com seus crimes.


Estamos presos a esse futuro, a essa realidade, a esse relógio,
mas e se os ponteiros não mais corressem para trás?


Autoria: Diego Ferreira

quinta-feira, outubro 03, 2013

O medo

Os dicionários indicam que o medo significa uma espécie de perturbação
diante da ideia de que se está exposto a algum tipo de perigo, que pode ser real ou não. 

Mas a ideia não é o problema... O problema é a sensação.
E essa sensação nos torna inúteis e sem ação,
faz-nos congelar diante de uma situação que talvez exigisse uma atitude nossa.
Essa sensação não tem explicação,
nos sufoca, nos oprime, nos ridiculariza.

Às vezes me ponho a pensar quantos feitos poderiam ter ocorrido no decorrer da história se alguém,
em algum momento, não tivesse se amedrontado?
Quantas guerras, quantos massacres, quantos tratados de paz?

O medo é parte de nossa essência e ninguém nascerá sem ele.
Ele foi feito para que nós, seres humanos e corajosos, possamos ousar.
E esse ousar é o principal agente de transformação de nós mesmos e do nosso redor,
Não há do que se envergonhar se temos medo de algo... Todos nós temos.
Temos é que usar medo como uma arma, uma arma de superação de nós mesmos.
Superar é o que nos torna vivos, felizes.
Pedras no caminho têm seu objetivo, nos evoluir.
E só porque sabemos que ela é um obstáculo, vamos ter medo de enfrentá-las?

“Ousar é enfrentar o medo de cair...
Não ousar é despencar do último andar
e ainda achar melhor que correr riscos.”



Autoria: Diego Ferreira