domingo, dezembro 06, 2015

Presos...

Muito lixo e pouco verde...
Isso é o que vemos pela janela da locomotiva
E a simpatia esvaiu-se perante tanta... pressa!
Essa pressa que nos faz mecanismos de uma rotina traçada a cada dia
que acordamos da mesma forma sempre
e vamos dormir exaustos por essa vida prolixa.

Honestidade se tornou graça para poucos bem-aventurados.
Já não se pode dizer se eles evoluíram
ou regrediram diante a tal feitos!
Os detalhes de um dia de vida vão aos poucos sendo esquecidos
e eles deixam de ver o quão a vida pode sim ser bela...
num dia cinzento, de chuva, de frio, de neblina!
Vida seria esta tão bela para ser inspirada em contos
mas de fadas, mas de homens e mulheres...
Que um dia foram para a batalha em busca de mudanças.

A calma...
e eu com minhas inquietudes externas
Consigo até as vezes apreciar dessa leveza
que nenhum escorrer de ponteiros pode me tirar.
A agitação ao redor não conturba a sensação de encontro a minha essência,
dada a essa altura necessidade de fechar os olhos para encontrar o meu silêncio.

De fato nos livramos da escravidão... das raças!
Para nos prendermos a uma jaula ainda maior...
A do tempo, do relógio, da rotina.
E assim nossa humanidade se torna cinza e fria
E nossos sentimentos, voltados ao cumprimento dos afazeres de um prazo estipulado no tempo.
A vida é mais que um cronômetro que nos diz estamos atrasados,
mas sim o espaço infinito entre o nascer e o morrer.


Autoria: Diego Ferreira

sábado, novembro 14, 2015

Um último instante



Quero correr por suas curvas
como o sol corre por entre as montanhas ao amanhecer
E deslizar por sua macia pele como a lua desliza serena pelo límpido oceano em noites de céu claro.

Porque você é assim como a natureza
Selvagem, severa, deslumbrante
Misteriosa, perigosa, aconchegante
Um refúgio
para meus medos e perigos.

Tocar seu coração como uma criança inocentemente tenta tocar nas nuvens,
sorrindo ingenuamente o gozo de uma alegria sincera.
Fazer desse nosso pecado uma deliciosa razão de viver,
e do nosso ardor a loucura mais envolvente de nossas vidas.
Sentir seu coração bater acelerado
a cada passo acelerado que dou ao teu encontro,
como se fosse nosso último instante.

Olhar fundo em seus olhos
e penetrar na sua alma como você fez comigo,
me tirando a sanidade,
me causando uma tempestade...
de desejo.

Pensar todas as horas do dia em você,
desejando estar grudado a ti,
rocando suores e prazeres, calores e gemidos,
momentos e uniões, sorrisos e destinos.
Entrelaçar nossos dedos numa valsa constante
onde finalmente nossos olhos vão de encontro um ao outro,
como em todas as noites em que nossos corpos se encontram finalmente.
Porque nossa intensidade jamais será medida,
E o que podemos e queremos são pilastras que jamais perecerão,
Unindo nossos sonhos a dois corações que batem em um só peito,
duas vontades a um só ato,  dois caminhos a um só andar.
Realizando, um no outro, o forte desejo de se amar,
de se apaixonar, de se sonhar, de se eternizar...

Que o doce desejo nos aqueça ardente no fogo do nosso amor
E que tudo pegue fogo ao nosso redor, com nossas mãos sempre dadas, e nossos sorrisos sempre dedicados um para o outro.


Autoria: Diego Ferreira


sábado, julho 04, 2015

Moço...


E ele me disse com toda serenidade existente em sua voz
que cada dia é uma página em um livro já escrito;
E sempre que abro meus olhos - para à tardinha fechá-los -  
é mais uma folha que viro desde então.
Suas palavras carregam o peso da sabedoria
e sua calma floresce em mim uma paz calorosa.

A cada dia que passa devagar me encontro
e encontro o caminho que me foi traçado.
Minha evolução almejo agora mais do que nunca
para que eu possa sentir-me satisfeito de que fui justo.
Justo... é o que buscarei ser
mesmo sabendo que a justiça nos implica em dores e sofrimento.
Mesmo sabendo que as aparências podem enganar
e que nem tudo que existe, nasceu para ser bom.

Às vezes tem-se a ambição pela perfeição
mas perfeição não existe...
existe seres imperfeitos e cheios de falhas
que a cada dia lapidam mais e mais suas incorreções
para então, fazer as pessoas amadas felizes.
Por conta de tal ambição deparamo-nos com uma personalidade distorcida
e o que nasceu para ser não mais é, e os que perderam-se pelo caminho,
esses infelizmente nunca mais o encontrarão.
Se dermos alguns passos pela rua logo perceberemos
o quão pequeno somos diante de tal ambição.
E o tão inferiores poderemos ser se não soubermos pesar os conceitos e fatos na balança justiceira.

Logo uma página extensa será virada em minha vida,
e todas essas cambaleadas certas e erradas – mais erradas do que certas -  irão com ela.
E um novo período começará, de busca, paciência, percepção e harmonia,
mas sempre ouvindo os conselhos deste
que me atenta às maldades terrenas que nos aflige
e aos calores de um interior que nos aquece.
"Podem te tirar tudo nessa vida
mas não podem te tirar
o que há em seu coração nem em sua cabeça".


Autoria: Diego Ferreira


sábado, junho 13, 2015

Vo(Sonh)ar

Não foi tão difícil sair do ninho
mas mesmo sem saber voar
pedir ajuda ao vento para me levar
para onde eu quisesse chegar.

No primeiro voo, há um risco de dois lados
sairei do ninho, ou cairei numa queda profunda
ou terei um primeiro bater de asas bem sucedido.

O primeiro medo é ser apresentado ao desconhecido
e sozinho, saber enfrentar as águias e gaviões.

Após muito tentar agora sim consigo levantar voo
e a cada bater das asas, com fé e esforço,
olhar para trás e ver o ninho
– aquele reduto de amor e aconchego – ficando distante de meu coração quente.


Embora com muitas quedas ainda estou rasante,
mas alto o suficiente para ver daqui de cima o que sempre desejei.
Confesso que não é fácil essa jornada solitária,
solidão e tristeza incansáveis vezes tentam voar ao meu lado,
mas como um pássaro audaz me despeço dessa companhia
e sigo valente às montanhas mais altas da vida.


É o princípio eu sei, muito tenho que voar,
muitas tempestades enfrentar com o peso das asas molhadas,
muitos obstáculos desviar sem parar,
rajadas de ventos fortes, frio e calor ao extremo
mas no final estarei voando altivo cada vez mais próximo ao sol.


Um dia, ao término dessa longa jornada,
irei pousar, satisfeito e feliz,
em um galho de árvore – verde e cheio de vida – 
intitulado como minha casa,
para descansar de meus objetivos, guardá-los e desabafá-los como lembranças
e esbanjar sorrisos de uma bravura que ninguém jamais acreditou.


Voar é fácil... Difícil é manter-se no alto!


Autoria: Diego Ferreira