sábado, março 22, 2014

Os sete instrutores

Sou o guia dos homens em sua mente...
Dou-lhes a capacidade de se policiar, de ver através de si seus erros...
Eu me chamo Saber.

Sou a faculdade da razão, da compreensão...
Fui gerado para fazer do juízo uma balança que pende aos dois lados...
Eu me chamo Entender.

Sou o poder que flui além da boca...
De mover corpos para o que se convém fazer...
Eu me chamo Acontecer.

Sou quem vos dá força para aguardar com paciência...
Aquele calor além de todos, que faz-nos superar absolutamente tudo...
Eu me chamo Fortalecer.

Sou aquele que possibilita os homens a conhecer sua própria miséria e fraqueza...
De conhecer a beleza da virtude e o valor inestimável da alma...
Eu me chamo Conscientizar.

Sou a capacidade de humanizar...
De ver a si mesmo nos erros do outro, de poder relevar...
Eu me chamo Perdoar.

Sou a maior das forças, que vos faz ver como uma criação perfeita e minúscula...
Que estás constantemente sendo julgada e observada pelo poder maior e desconhecido...
Eu me chamo Temer.

Autoria: Diego Ferreira

quarta-feira, março 19, 2014

Reciclar-se

Chega uma hora na vida em que é bom reciclar-se.

Não uma ou outra vez que acontecerá, mas muitas vezes.

Reciclar-se daquela velha rotina que vem tomando conta,
daquele seu olhar baixo por estar cansado ou simplesmente não se acreditar,
daqueles costumes pequenos que te prender para alcançar mais.

Reciclar-se de todos os instantes que não deram certo... Seguir em frente.
Reciclar-se de opiniões, tanto própria quanto dos outros... O mundo gira.
Reciclar-se daqueles pensamentos efêmeros que trazem a superfície todas suas fraquezas...
Que te privam, te proíbem, te negligenciam, te fazem chorar...


De básico tudo é reciclável, ninguém está perdido
ou atirado na montanha de pessoas que seguem ao nosso redor...
Recicle-se, liberte-se... Renove-se, transcenda-se.
Possibilite-se a novas experiências e conceitos... Não se prive.

A vida é curta demais para limitarmos ao que conseguimos e o que não conseguimos,
ao que podemos ou não fazer... Aos conceitos.
Ao eterno e corrosivo...... tempo!


Autoria: Diego Ferreira

segunda-feira, março 10, 2014

Fotogenia

Fotogenia...
A incrível necessidade que tenho de me retratar.
A esperança que tenho que daquele meu reflexo invertido no espelho,
tome diversas formas e saia dessa monotonia.

Fotogênesis...
É ilusório, mas sempre espero das constantes fotos de mim mesmo,
o retratar de alguém diferente, uma outra pessoa, uma nova pessoa.
Ou até mesmo o princípio de mim, o começo de tudo,
o marco inicial dessa minha existência terrena.
Mas infelizmente sempre estou igual, sou o mesmo,
com mesma cara e aparência, uma empatia exagerada que flui de mim.

Por mais que tente, sempre será mais forte que eu,
não resistirei... Irei me retratar, me fotografar,
me congelar numa fração de tempo
que fará não mais eu envelhecer num pedaço de papel.
Talvez se possível a eternidade... Quem sabe...

É um mistério o que as lentes podem fazer conosco,
ou o que esperar daquele momento que estou gravando,
mas permanecerei assim, fotogênico, viciado,
com o intuito de um dia esperar ver de mim
um rosto jamais visto, uma permanência de você em mim um tanto que desejada...


Autoria: Diego Ferreira

quinta-feira, março 06, 2014

...em melodia

Da vida... nossos acontecimentos
Da felicidade... nossos sorrisos Da paz... a quietude
Do amor... todo o compromisso.
Na música, um tema fixado para ser desenvolvido
Na melodia, o dilema do quanto o desconhecido é capaz de surpreender
No refrão, a exaltação do motivo real da canção.

Em linhas tão simples e tênues
sobre a pauta fazemos uma
conforme a freqüência e constância
que vivencia nosso coração.... Conforme ele nos manda seguir.
E não é preciso cantar ou se por a tocar um instrumento...
Estando fazendo música no simples ato de viver...

Acordar a cada dia com aquela preguiça no corpo e
então se esticar, sentindo nossa vivacidade pronta
para explodir longe de nós... Lá longe onde queremos estar correndo.
E sentir o sol e o vento batendo em nossa pele,
avançando em suas direções, como loucos,
loucos por saber que cada minuto passa e não volta mais...

Então vida e melodia são loucura,
E nós, os insanos, que veneramos nossa impaciência
enquanto traçamos nossa partitura, nos minutos que se escorrem,
a nossa forma de viver, de melodiar...


Autoria: Diego Ferreira