terça-feira, março 05, 2019

Árido

Quando as lágrimas não caem mais dos olhos
Quando o coração perde o bater fumegante de seu viver
E você se torna apenas uma existência...

Quantos são os que vivem nessa árida e penúria vida.
Não de bens, de conquistas, cargos ou títulos
Mas de sentimentos, de desejo, de ardor, de vontade.
Tantos que vivem apenas para estar ali,
porque por dentro já morreram,
Desfaleceram o gosto pelo querer buscar,
O querer sorrir, o querer sonhar, amar.

Suas essências enfraquecidas agora mendigam os dias
No badalar do relógio, dia após dia,
Sem propósitos, sem expectativas de um amanhã.
Talvez muitos, talvez de nós inclusive, estejamos assim ocos
Vazios por dentro... Cheios de riquezas por fora...
Mas na amarga solidão e indigência.

Cada vez a humanidade está mais propensa a afundar em seu desvalor
esquecendo das coisas simples e significativas
E se apegando a rótulos impostos de que "se deve ser/ se deve ter"
Quando na verdade seu coração bate mais forte pelo sentir,
calor justo que corre nas veias de quem vive.
Seja uma felicidade ou um amor
Apenas sinta... Não se perca disso.
Sentir é a forma mais nobre de saber que está vivo.
Não deixe que a aridez dos conceitos deturpados atuais
Te afundem num futuro sem rumo, sem felicidade.

Não seja mais um acorrentado até o dia de sua morte a uma consciência.
Viva todos os dias.
Chore... Sorria... Irrite-se... Corra.
Mas viva e transborde nesse deserto o que há de melhor de você.


Autoria: Diego Ferreira


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